Paula Machado
Repórter
Cantor, violonista, compositor e produtor musical, Lazza, se apresenta pela primeira vez em Montes Claros. Um show de voz, com violão e muita qualidade, ele é a atração desta quarta-feira, 09, da 34ª Expomontes. No repertório, o público ouvirá releituras de grandes sucessos internacionais de bandas consagradas como Simple Minds, Duran Duran, The Beatles, Dire Straits, Guns N’ Roses, Lionel Richie, Tears For Fears, Men At Work, além é claro de músicas de sua própria autoria.
(foto: XU MEDEIROS)
- Essa oportunidade para mim está sendo muito válida. Mostrar meu trabalho dentro do país e principalmente em Montes Claros. Espero que o público goste e que assista ao meu show. Farei com muito prazer esse show - conta.
Lazza foi descoberto no Rio de Janeiro pelo produtor musical Ildeu Gonzaga.
- Ele é ótimo. Muito talentoso. Tive o prazer e a sorte de descobrir esse grande talento - fala animadamente Ildeu.
HISTÓRIA
Rafael Lazoski Huet de Bacellar, nasceu no dia 18 de janeiro de 1976, em Copacaba, Rio de Janeiro. Esse carioca da gema se interessou pela música a partir do momento em que começou a arriscar notas da música de James Bond em um pequeno teclado que sua mãe havia lhe dado. Desse momento em diante, a mãe notando o talento que tinha lhe comprou um teclado profissional onde Lazza começou a tocar. O nome Lazza como explica o cantor vem de uma história curiosa e engraçada.
- Meus colegas de escola costumavam me chamar de lasanha, devido ao meu sobrenome. Mas como o carioca gosta muito de cortar palavras com o tempo passei a ser chamado de Lazza. Aí o nome pegou – revela aos risos.
Seu interesse pelo violão aconteceu logo após, devido sua vontade de aprender a tocar e a comodidade que o violão possuía; tendo em vista que era difícil tentar carregar um teclado profissional para os lugares em que ia.
Segundo Lazza, sua história no mundo da composição começou de forma triste.
- Comecei a compor quando presenciei uma cena triste. Policiais invadindo uma favela e abrindo fogo contra crianças. Nesse momento percebi que devia fazer algo. Foi aí que me veio à inspiração para fazer a música silêncio, com dez minutos de música é no mesmo estilo que faroeste caboclo - revela.
Afirma ainda que para compor suas músicas não precisa de um lugar específico. Que as composições chegam de repente, de forma inesperada. E como acredita muito em Deus, para ele suas inspirações é a forma utilizada por Deus para falar, para usá-lo como uma antena para transmitir seu sinal. De acordo com Lazza, sua primeira experiência musical aconteceu fora do país aos dezoito anos de idade. Ele e a mãe haviam viajado para a Irlanda a passeio, e no hotel em que ficou hospedado, ele conheceu um senhor que o escutava tocando músicas dentro do quarto.
Mais tarde soube que o senhor que gostava de apreciar sua música era o dono do hotel. Então esse senhor o convidou para tocar no pub do hotel apresentando-o como uma atração internacional vinda direta do Brasil.Foi a primeira apresentação do cantor.
INFLUÊNCIAS
As influências no mundo da música, segundo Lazza passam desde Beto Guedes, Lô Borges, Zé Ramalho até The doors e Led Zepiling. O cantor costuma fazer uma pesquisa antes tocar para saber quais são as músicas esquecidas pelo público, toca desde Fagner a Linkin Park, além de tocar músicas de autoria própria.
Lazza já acompanhou a cantora Vanessa Barum em shows de voz e violão. Ficou três anos junto com a cantora. Afilhado de Milton Guedes, um dos melhores instrumentistas do país e produzido pelo Ezequiel Neves, produtor do Barão Vermelho e parceiro musical de Cazuza, Lazza juntamente com a banda que o acompanha agora pela segunda vez, a black dog, ganhou o festival em 1997 no escala entre quatrocentas bandas tiraram o primeiro lugar.
Para Lazza a maior gratificação que um cantor, um artista pode ter é a emoção do público.
- Costumo falar em todo show que o artista precisa ganhar dinheiro para viver, mas a maior gratificação é ser aplaudido e sentir que você conseguiu emocionar o público - revela.
Para ele tudo que é tocado com o coração é bem aceito. A verdade do artista é acima de tudo mais importante do que seguir qualquer moda. É necessário manter a raiz do artista sempre.
Para ele o cenário nacional da música está em decadência. É covarde porque não arrisca em novidades. Não sabe ousar. São sempre as mesmas músicas. O medo de não vender vence a novidade. Como afirma está frustrado com as medalhas da música brasileira.
Quando perguntado se ele enxerga dificuldades no caminho de novas bandas ou novos cantores nesse cenário, ele responde com todas as letras.
- No começo havia caçadores de talentos e as gravadoras se preocupavam em formar carreira. Hoje quando um iniciante nesse mundo musical bate a porta das gravadoras, as mesmas exigem que esse indivíduo tenha no mínimo um disco pronto, uma agenda de shows pelo Brasil e as músicas tocando em uma rádio. Agora te pergunto qual a utilidade dessas gravadoras? Para mim o tempo delas está contado – diz.
TRABALHOS
Ele adianta a O NORTE em primeira mão seu novo projeto. Segundo ele o quinto disco será somente de músicas inéditas. Não só de composições do cantor, mas também de outros cantores talentosos e desconhecidos espalhados por esse país. Também adianta o nome do disco que será Lute pela sua vida. As músicas dos seus CDs anteriores que fazem mais sucesso são cuspindo maribondos e andarilho. Lazza sempre é convidado para mostrar seu talento em países fora do Brasil como Londres, Irlanda, Holanda, Espanha e Portugal.
Já lançou quatro CDs, o primeiro foi o CD pineo da babilônia lançado em 1997. O segundo foi música par os dia e noites do quarto grau, lançado em 2002. O terceiro foi soft rock em 2003 e 80’s by Lazza em 2006.