Michelle Tondineli


Repórter

Nos dias três e quatro de junho, acontece no Centro Cultural Hermes de Paula, às 20 horas, a apresentação do O Ator Mentado, com a indicação de 16 anos.

(foto: DIVULGAÇÃO)





Leo Ribeiro interpreta Mauro Cristal.

O texto é do diretor carioca Rodrigo Rangel e foi aperfeiçoado para a realidade cotidiana de Montes Claro pelo diretor Vitor Oliveira. A peça recebeu os prêmios no ano passado com o espetáculo, e também de melhor ator coadjuvante com Willian Ferreira; melhor ator com Léo Ribeiro e melhor direção de Vítor Oliveira.

PEÇA

A peça conta a história de Mauro Cristal, um ator recém formado que tem a difícil missão de atuar, dirigir, produzir e coreografar o seu mais novo espetáculo chamado “Meu ser de mim”.

Léo Ribeiro interpreta Mauro Cristal que é um ator que tem seis meses de curso da associação do bairro dele, e no curso se acha um grande ator. Nestes seis meses de curso ele acha que pode dar aula, que já sabe coreografar, dirigir e produzir uma peça, inclusive faz tudo isso para o espetáculo dele.

A peça acaba contando a realidade do teatro através da busca pelo patrocínio. Por querer arrastar o público para assistir a peça, como não consegue vender o ingresso acaba dando para as pessoas irem à apresentação. Ele panfleta, anuncia e faz a propaganda de seu produto, perdendo o ingresso, que seria o pagamento dele. Nem mesmo os pais vão assistir à peça, os amigos e familiares comparecem no teatro, ninguém da credibilidade para o Mauro.

- Ninguém acredita nele, ninguém da patrocínio, o que acontece com nós mesmos atores. É muito difícil conseguir patrocínio, e essa peça é legal porque retrata muito o que o teatro passa mesmo - retrata Léo Ribeiro.

O diretor Vitor Oliveira destaca que o ator Mauro consegue patrocínio com o tio português, que da um cheque de sete reais, para ser descontado em uma semana. 

- Em todas as cenas você ri da peça, do início ao final. Fizemos bem em escolher este texto, sendo uma trágica comédia. Você vai pra rir mesmo, ele vai contando a história dele e vai desenrolando, mudando o figurino do arrumadinho, para o teatral bagunçado - explica.

PREPARAÇÃO

Os ensaios do espetáculo duraram cerca de seis meses, divido em seis cenas, cada uma em um lugar diferente. Sendo uma das principais, a casa do ator onde Mauro consegue um aluno faz aula de teatro, o que acaba não sendo bem sucedida, pela falta de aprendizado que ele teve durante o pouco tempo de curso.

Além do Mauro Cristal, a peça possui personagens como Antônio Felipe, empresário e amigo de colégio de Mauro, Joaquim, tio português de Mauro e dono de um botequim, Lauro Aquino Rêgo, colega de Mauro do curso de teatro, Caio, aluno e Gilbertão, dono de teatro.

Léo Ribeiro ainda conta que o Ator Mentado o deixa feliz por mostrar realmente o que os atores sofrem, para sobreviver durante as apresentações teatrais e ensaios.

- Porque as pessoas acham que nós não ensaiamos, que não temos trabalho e que não sacrificamos nada de nossas vidas pessoais, as pessoas não entendem isso e acham que está tudo prontinho. Quando eu vejo o local de apresentação cheio, eu penso que legal, aqui deve ter alguém que vai estar disposto a nos ajudar quando precisarmos e que são pessoas que devem acreditar em nosso trabalho, que não é um teatrinho de escola - relata.

GRANDE PALCO

Fundado no dia 23 de Maio de 2003, por alunos da escola estadual Professor Plínio Ribeiro, surgiu por apenas brincadeiras de ensaios de peças teatrais, que foi tomando grandes proporções, que deu um bom resultado. Durante os anos, foram apresentados vários espetáculos e projetos. Hoje, o grupo conta com 20 membros e alguns colaboradores para texto, figurino, cenário, atores e outros.

- Graças a Deus temos uma equipe dividida para buscar as coisas necessárias, figurino, cenário, panfletagem, o que o Mauro não tem, ele precisa fazer tudo, ser ator, produtor, coreógrafo, diretor, e mais interessante que quando ele panfleta, não revela que a peça é dele, ele finge ser de um grande diretor, ele não acredita que as pessoas dariam valor a peça dele se ele revelasse isso, explica Léo Ribeiro.

O patrocínio para o grupo vem de lojas especificas móveis, roupas devido a necessidade de figurinos e cenário, faltando patrocínio para a divulgação para panfleto, cartazes e ingressos.

Léo Ribeiro completa em outubro dez anos de teatro, e três anos e meio de Grande Palco. Ele fala que quando começou a fazer teatro foi empurrado para encobrir a falta de um ator.

- Depois de apresentar pela primeira vez procurei um grupo, e tinha que falar o nome para apresentação, eu era muito tímido e gelava, hoje sou maior tagarela - brinca.

Já o diretor da peça Vitor Oliveira, é ator há cerca de seis anos e pela primeira vez na direção de uma peça, ganhando vários prêmios.

- Nos sentimos realizados não financeiramente, mas como ator, pois há tempos atrás, era muito mais difícil de encher um teatro do que hoje - completa Léo.

Os ensaios acontecem todos os dias, mas existe uma parceria com o colégio Indyu que disponibiliza para quem quiser entrar no grupo, ensaios aos domingos as nove horas no colégio.

- Seis anos de trabalho sem parar, trabalhando com voz, articulação corporal, figurino, maquiagem, acrescenta Vitor.

Para mais informações sobre o Grupo Grande Palco ou a peça, acesse: http://www.grandepalco.blogspot.com ou ligue (38) 9172–4740.