Michelle Tondineli
Repórter
Pet work (do inglês: remendo) é um trabalho de artesanato feito com pedaços de pano, mas muitos acreditam que é trabalho com garrafas de plástico. Os simples trabalhos de pet work e um bordado podem fazer objetos modernos, bonitos e de uso pessoal.
Para desenvolver esse trabalho em Montes Claros, Maria Milza Nogueira de Sá ministra aulas particulares há cinco anos. Para ela, o trabalho é como uma terapia relaxante, onde os problemas podem ser esquecidos.
Trabalhos de pet work parecem retalhos.
- O interesse apareceu depois que minha neta nasceu. Comecei a viajar em excursões, que me incentivaram a realizar este trabalho. Em Montes Claros, é difícil você conseguir juntar as pessoas que trabalham com o Pet work. Elas se fecham. Acredito que não querem que eu aprenda outras técnicas deles - diz.
Milza conta que cada um dos estados brasileiros é conhecido por uma produção diferente, que leva em conta os costumes e as matérias-primas da região.
- Uma das razões para a procura ser grande é o fato do artesanato ser um produto único. Além disso, há a questão do meio ambiente. O artesanato não fica restrito apenas a objetos pequenos, é possível também encontrar sofás, mesas e até portas artesanais, desde que respeitem a definição, simplifica.
A especialista diz que o preço varia, levando sempre em conta a técnica utilizada e o lugar onde você compra.
- O artesanato variado e de qualidade pode ser comprado a preço abaixo do mercado. Eu produzo, através do artesanato manual colchas de retalho, carteiras, bolsas, porta celular e outros objetos, com o tecido Pet work - conclui.
O Pet work é em resumo, trabalhar com retalho ou a arte de reunir retalhos. Através do pet work pode ser feito colchas roupas, quadros, releituras de obras de arte, pinturas e outros. Os tecidos são comprados com 100% de algodão ou através de doações de pequenos retalhos de malhas.
Milza ainda explica que o Pet work pode ser produzido na mão e na máquina. E cada trabalho possui um a técnica e um nome diferente.
- Você pode fazer coisas grandes à mão, por exemplo, fechar o sanduíche, os tecidos e o forro. Eu tenho uma aluna que pega as técnicas mais difíceis, mas não consegue pegar as mais fáceis. Quando elas têm dificuldade vamos trabalhando aos poucos, revela.
As amigas de Milza, que fazem os trabalhos de Pet work fora da cidade, trocam experiências e trabalhos por correios em papel bordados. Assim, Milza diz que cada técnica varia para um bom trabalho.
- Depende da técnica para saber quanto tempo se gasta em cada peça. Alguns trabalhos você monta em poucas horas. Outros viram “ufos”, que você põe na sacola e deixa lá. Das técnicas temos o “quilt”, “log cabine” (uma das primeiras que ensino, ela é bem conhecida. Podemos fazer desenhos em diagonal, duas cores. Eles falam que é cabana de toras, visto de cima ele parece um telhado de cabana), temos a “dança de quadrados” (vários quadrados juntos), “paper view” (é a costura sobre o papel, depois tira o papel), “jardim da vovó” (é feito a mão), “crazy” (é feito de qualquer jeito, você vai juntando os quadrinhos. Só de olhar você sabe qual foi o primeiro quadro), e vários outros, ressalta.
Milza atualmente ministra as aulas na sua residência, mas já esta providenciando para o fim do ano um novo local de trabalho no centro. Bem maior para as petworkeiras.
Dorotéia de Couto Custódio e Marly Vieira, alunas de Milza há dois meses, souberam do curso pelo boca a boca de amigas, e revelam não conseguiram mais parar de fazer os trabalhos. Marly é professora de bordado e sempre achou o curso maravilhoso.
- Não conhecia ninguém que ministrava o curso. Uma coisa é você pegar uma revista, e fazer por ela, mas é claro que não fica tão bom quanto alguém te mostrar ou ensinar. Ai eu fiquei sabendo pela Dorotéia. Quem começa não para mais. Quando você vê o resultado é maravilhoso, explica.
Para Dorotéia, realizar o trabalho sozinha é muito bom, ela aprende e já se prepara para a venda.
- É uma coisa bonita mas da muito trabalho. Você tem que riscar nesta do papel e ir costurando por cima. Estamos fazendo uma colcha, sozinhas, estamos em fase de produção. Eu não sabia os nomes das coisas nem nada, agora estou aprendendo e sabendo cada técnica. Só de olhar já consigo saber qual foi usada. É um trabalho que tem várias formas de venda e de fazer. Além de aprender, fazemos amigas, podemos rir e nos divertir com elas. Ninguém é egoísta e aprendemos junto, completa.
Marly ainda diz que para realizar o trabalho é necessário utilizar um material de corte e medição.
- Utilizamos uma régua e o cortador para cortar o tecido e medir. O difícil é cortar o material, deve-se deixar sempre do mesmo tamanho, e tudo é pratico. Não precisamos de tesoura e cortar doido. Temos uma placa para isso. Mas fora isso, para quem não conhece vale a pena conhecer e fazer. Porque o curso e as técnicas são maravilhosas. Podem ser aplicados e tudo, desde o tapete a cortina, conta.
A artesã Milza, pretende realizar uma exposição até dezembro, para divulgar e mostrar os trabalhos.
- Para participar do curso, tem que ter vaga na turma, não podemos exceder o número. E cada grupo é separado em módulos, básico (vai comprando na medida em que for lançando), intermediário (vão se comprando os materiais) e avançado, finaliza.
Para mais informações sobre o curso (38) 3212–7111.