Samuel Fagundes
Repórter
O ator e diretor montes-clarense Diógenes Câmara comemora os seus 45 anos de carreira com uma pequena mostra de teatro – atuando em quatro espetáculos em cartaz na cidade. As apresentações acontecem no Centro Cultural a partir desta quarta-feira 15, com o monólogo As mãos de Eurídice. Na quinta e na sexta-feira, a comédia Odorico, o bem amado. No sábado, a peça infantil A anta, o lobo mau e o três porquinhos. E, para finalizar, no domingo, o espetáculo A bela e a fera.
Diógenes Câmara, ator e diretor:
- Meu passatempo é decorar
Diógenes Vasconcelos Câmara diz que as peças foram escolhidas por serem em, sua opinião, algumas das melhores que já apresentou em sua carreira. Diz que a sensação de interpretar diferentes personagens em diferentes peças é muito boa, e que vê nessas apresentações uma maneira de mostrar toda sua versatilidade como ator.
- A sensação é maravilhosa, porque em cada peça eu interpreto um personagem diferente, com isso quero mostrar o meu trabalho em diferentes peças, com diferentes temas, infantil, drama, comédia e com isso mostrar para o público a minha versatilidade como ator - conta Diógenes.
AS APRESENTAÇÕES
As mãos de Eurídice foi um dos primeiros monólogos lançados em Montes Claros, por Diógenes. Segundo ele, é um drama-comédia com duração de 55 minutos, que conta a história de um cara louco, que larga a família, arranja uma amante, perde tudo na vida por causa dessa amante, tenta voltar para sua família e não consegue.
A segunda peça é um espetáculo que muitos já devem ter visto na televisão, Odorico, o bem amado, comédia de uma hora e vinte minutos de duração, que tem todos os personagens da novela, como as Cajazeiras, Zeca Diabo e o Padre Honório.
A terceira é uma peça infantil, que de acordo com Diógenes é sucesso de público em Montes Claros, A anta o lobo mau e os três porquinhos na qual ele faz o papel da anta.
A quarta e última é a peça A bela e a Fera, que estreou na 7ª Mostra de Teatro de Montes Claros, e segundo o ator e diretor, o público superlotou as apresentações.
CINEMA
Nascido e criado em Montes Claros Diógenes Câmara também atuou no cinema nacional, no filme Os Marginais do cineasta Carlos Alberto Corrêia, que também é de Montes Claros e que na época já morava no Rio de Janeiro.
- Na época, a mãe do Carlos Alberto Corrêia era minha diretora na peça Pluft o fantasminha e ele era cineasta e morava no Rio do Janeiro. Veio e filmou aqui em Montes Claros, com Paulo José, filme do qual participei - recorda Diógenes.
O ator e diretor é casado, tem dois filhos e três netos. Ele conta que apesar do apoio da família, ninguém quis seguir na carreira artística.
Diógenes conta que as peças juntas têm mais de duas mil falas e que na sua preparação está ensaiando duas vezes por dia. De acordo com ele já está tudo em sua cabeça. Há cerca de dois meses ele só recapitula as falas e assim vai memorizando melhor o texto.
A EMOÇÃO
Ele revela que a sensação de subir no palco é muito boa, e que apesar dos 45 anos de carreira o frio na barriga não acaba, a cada apresentação para ele é como se fosse a primeira.
- A sensação de subir no palco é maravilhosa. O nervosismo não acaba, porque sempre tem aquele medo de errar uma fala, e eu procuro realizar meus espetáculos sem falha nenhuma. Eu aprendo, eu decoro de maneira que eu me sinto tranqüilo com o texto. Às vezes eu estudo o texto por muito tempo e o entendo e não falo como está escrito, falo algumas vezes com minhas próprias palavras, e essa é minha maneira de trabalhar. – diz.
DIFICULDADES
Falando sobre essa nova geração do teatro montes-clarense, Diógenes conta que existem muitas pessoas e grupos novos e que ele acha isso muito positivo e dá o maior apoio. Para ele, cada um está dentro do seu limite, e relembra que todos fazem teatro por amor a arte, não ao dinheiro, e se tivesse mais espaço seria muito melhor.
- O nosso espaço fica limitado, nós precisamos é de um teatro com lugar para 500 pessoas ou mais. Montes Claros cresceu, já e uma cidade com mais de 350 mil habitantes, com 18 grupos teatrais, merece um teatro. Atualmente, não temos espaço para todos, é uma luta árdua, teatro é essencial. O teatro, que seria a casa do ator aqui na cidade, não existe - desabafa o ator e diretor.
SERVIÇO
As mãos de Eurídice - apresentação nesta quarta-feira, às 20h30min. Odorico, o bem amado - dias 16 e 17 também às 20h30min. A anta, o lobo mau e o três porquinhos - dia 18 as 17h00min e as 20h00min. A bela e a fera - dia 19 às 10h30 e às 18h. Os ingressos custam R$ 3 e 5 e podem ser adquiridos no Centro Cultural.