40 anos: As belezas do Banzé na Rosa Mística

Jornal O Norte
19/07/2008 às 11:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:38

Paula Machado


Repórter



Em comemoração aos 40 anos de fundação, o grupo folclórico Banzé leva a arte para a rua. O grupo se apresenta neste sábado, às 20 horas, na Praça da Igreja da Rosa Mística, após as 20 horas. A entrada é franca.

O grupo apresentará as danças tradicionais pesquisadas durante estes 40 anos.

DANÇA



O grupo folclórico Banzé foi fundado em 1968, uma idealização de Zezé Colares que não estava satisfeita com a maneira tradicional de dar aula, como professora de folclore, então, resolveu criar uma bandinha onde os alunos pudessem pesquisar e transformar as pesquisas em danças folclóricas.

O nome Banzé surgiu porque os componentes começaram a chamar o grupo de Bandinha da Zezé, como ela não gostava muito, um dos músicos o “Ricão” sugeriu então Banda da Zezé, assim, resolveram unir as duas palavras e virou Banzé. Estima-se que mais de 250 pessoas tenham passado pelo grupo ao longo de sua existência.

PARTICIPANTES

O Banzé tanto recebe crianças, como jovens e adolescentes. Hoje contando os componentes do Banzezinho, são 70 integrantes.

Geralmente os bailarinos entram entre os 15 e os 18 anos e saem quando vão fazer vestibular. Alguns optam por permanecer no grupo mesmo tendo ingressado na faculdade, mas a maioria dos dançarinos é jovens. Para Eduardo, um dos integrantes do grupo folclórico Banzé, estar em um palco representando um grupo como o Banzé é uma honra. É algo que os engrandece e os deixa feliz, já que tem a responsabilidade de preservar e difundir o folclore brasileiro em todos os palcos por onde apresentam.

- É gratificante para nós, saber que o Banzé tem um reconhecimento tão grande em toda a nossa cidade. E neste ano em que o grupo completa 40 anos, olhamos para trás e vemos uma extensa carreira que se firmou neste solo e rompeu todas as fronteiras, transformando-se em um importante cartão postal do nosso país – afirma.

Ele ainda ressalta que não existe um lugar em especial que tenham se apresentado e ele gostado, pois para Eduardo, não importa se vão se apresentar aqui em Montes Claros, no Palácio das Artes ou no Epcot Center, mas o que os deixa feliz é saber que em todos os palcos que eles apresentam, recebem um retorno que os deixa muito felizes. O reconhecimento de um povo que admira as tradições folclóricas de todo o nosso país.

MÚSICOS

Os músicos do grupo, mesmo sendo a maioria de jovens, não têm nenhuma restrição de idade, no grupo precisa mesmo do talento musical. A principal voz do Grupo, Selda Cabral, entrou com a criação do Banzé e permanece até hoje. Os interessados em ingressar no grupo deve procurar a coordenadora Dalva Rocha.

- Para o ritmo, é preciso ser um bom instrumentista ou ter uma boa voz, e para a dança é muito importante ter ritmo. O Grupo ensaia de segunda a quarta na Rua Camilo Prates, 137, Centro às 18 horas – explica Zezé.

CARREIRA

O grupo tem uma carreira brilhante no exterior. Em 1980, atendendo a um convite do ministério das Relações Exteriores, viajou para Viena na Áustria e participou da reunião do Comitê Internacional de Artes e Tradições Populares (IOV) na qual Zezé Colares foi eleita vice-presidente. A partir daí começaram as oportunidades para apresentações internacionais. Também representaram o Brasil em vários festivais de folclore na Bélgica, França, Áustria, Estados Unidos, Espanha, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Canadá, Sardenha (Itália), Argentina, entre outras cidades.

O Banzé também sempre foi muito respeitado em Montes Claros e no país, sempre aplaudido por onde passou.

- Mas é muito gratificante sentir o orgulho que os montes-clarenses têm do grupo e o entusiasmo que somos recebidos nas nossas apresentações – afirma ela.

É impossível lembrar de todas as cidades que o Banze se apresentou nestes 40 anos, mas em Minas Gerais podemos citar algumas como Belo Horizonte, Ouro Preto, Mariana, Sete Lagoas, Diamantina, Poços de Caldas, Araxa, Juiz de Fora, Paracatu, Pirapora, Januária, Janaúba, Japonvar, São João do Paraíso, Nova Porteirinha, Icaraí de Minas, Bocaiúva, Brasília de Minas, Francisco Sá e várias outras da nossa região, e em outros estados citamos Maringá-PR, Recife-PE, Campina Grande e Areia na Paraíba, Passo Fundo-RS, Mato Groso, Maceió-AL, Curitiba-PR, Blumenau.

PRÊMIOS

O grupo folclórico Banzé conquistou muitos prêmios, são alguns a medalha em Bonheiden – Bélgica, em Ville D’etapple – Sur Mer – França, em Province de Namur – França, na Universidade Fed. De Pernambuco – PE, Krems Gneixendorf – Áustria, a Medalha da Inconfidência, entre várias outras medalhas.

NOVIDADES

Como novos projetos, o grupo vem introduzindo danças e resgatando outras que o não apresentava mais. Possuem alguns convites para apresentações nacionais e internacionais como a Grécia e Itália, e estão estudando a possibilidade de viajar, pois é um projeto muito caro e precisam viabilizar recursos.

Todas as danças foram feitas em cima de pesquisas folclóricas, nas manifestações mais genuínas do folclore regional e brasileiro.

- Com inspiração nestas fontes criei as nossas coreografias, por isso somos um grupo parafolclórico - diz Zezé Colares.

APRESENTAÇÕES

Os espetáculos geralmente são criados para alguma data comemorativa ou dos convites que recebem, assim avaliam o público que irá assisti-los para escolherem as danças que irão apresentar. Por exemplo, quando recebem as pessoas que não conhecem a cidade mostram as danças tradicionais da região, como a Festa do Rosário, Catopê e Traira. E em todos os espetáculos onde apresentam várias danças, tem a tradição de encerrar o espetáculo com o Zabumba que é um pout-pourri das danças de diversas regiões do Brasil. É assim que um Grupo que vem trabalhando 40 anos conseguiu sucesso e reconhecimento no Brasil e no exterior.

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