Cultura norte-mineira terá novos investimentos

Jornal O Norte
22/02/2008 às 17:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:25

Jerúsia Arruda


Repórter

Dez entre dez artistas de Montes Claros têm como principal reivindicação a criação de um espaço que possa abrigar sua arte. Há algum tempo, foi anunciada na cidade a criação do Centro Cultural do Banco do Nordeste, com teatro, galeria, biblioteca pública, e toda infra-estrutura para atender ao antigo anseio da categoria de toda região.




O antigo armazém da rede ferroviária
vai abrigar o Centro Cultural do


Banco do Nordeste. A inauguração está prevista para, no mínimo,


em dois ou três anos (foto: WILSON MEDEIROS)

O assessor de comunicação da superintendência do Banco do Nordeste para os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, Gabriel Melo diz que a criação do Centro Cultual ainda não está com tudo definido, pois precisa que o imóvel onde será instalado seja liberado.

- A proposta é que o Centro Cultural seja instalado no antigo armazém da rede ferroviária, no prédio onde ficava a antiga estação da Central do Brasil. Esse armazém tinha um contrato de exploração pela Ferrovia Centro Atlântica, que já o entregou ao Denit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) e agora está em processo de negociação. O armazém deverá ser entregue à prefeitura ou diretamente ao BNB, para que possamos continuar o projeto – explica.

Gabriel diz que há mais ou menos um mês, o gerente da área de cultura do BNB, Henilton Parente Menezes, e o arquiteto Pedro Campelo, que é famoso na restauração de prédios antigos, trabalhou muitos anos em Cuba e fez os outros centros culturais do banco, visitaram o prédio da antiga estação para fazer um estudo e elaborar o projeto e utilização do prédio.

- Mas para que possamos dar continuidade ao projeto, precisa realmente que o imóvel seja liberado para o banco e isso ainda não aconteceu. É preciso que esteja desvinculado de qualquer outro empecilho, com contrato assinado, seja por comodato ou outra forma. Falta também a diretoria aprovar com base no projeto de Pedro Campelo, mas acredito que para isso não haverá dificuldade, já que foi ele quem fez nossos outros centros culturais e também porque o diretor de negócios do BNB,  Paulo Sérgio Rebouças Ferraro já esteve na cidade e fez o compromisso com a comunidade local. Acredito que, no mínimo, em dois ou três anos deveremos inaugurar o centro – completa.

O assessor ressalta que a proposta do banco é construir um centro cultural que tenha a cara do Norte de Minas, a cultura do Norte de Minas, por isso, o projeto será elaborado com consulta à comunidade.

- O BNB já possui um centro cultural em Fortaleza, que foi o primeiro; um em Souza, na Paraíba e um em Juazeiro do Norte, no Ceará, e a proposta do banco é abrir pelo menos um em cada estado onde atua, naqueles lugares que mais carecem de infra-estrutura cultural, e acreditamos que Montes Claros seria um pólo ideal, já que precisa de infra-estrutura para atender os artistas da região. Assim que o prédio for entregue ao banco, junto com a secretaria municipal de Cultura, vamos reunir os produtores culturais, lideranças da categoria, artistas, para que coloquem todas as necessidades mais urgentes da cidade e região. É claro que todo centro cultural nosso tem um modelo, mas essa infra-estrutura e os equipamentos que serão instalados são definidos junto com a comunidade. Se tomarmos para exemplo o que é um modelo nos outros centros culturais do banco, temos um cine-teatro com equipamento de última geração e toda estrutura que um teatro deve ter para receber um espetáculo; uma galeria para exposição de artes, uma área para biblioteca, tanto física, quanto virtual, ambas abertas ao público. Na unidade em Montes Claros, a comunidade é que sugerir o que é mais importante que seja instalado. Vale ressaltar que todos os todos serviços do centro cultural são gratuitos, sem cobrança de ingresso - explica.

FUNDAÇÃO CULTURAL

Gabriel Melo diz que outro projeto do banco que vai beneficiar a cultura da região é a criação da Fundação Cultural do BNB.

- Queremos incrementar nossos investimentos na área cultural e, para isso, a exemplo de outras empresas, como o Banco do Brasil, temos o projeto de criação da fundação, com atuação nos nove estados do Nordeste e no Norte de Minas, Vales do Jequitinhonha e Mucuri e no norte do Espírito Santo. A fundação nos dará condição de criar um fundo e prospectar recursos para que os investimentos na área cultural sejam cada vez maiores. Inclusive, pode ser que a fundação saia primeiro do que o centro cultural, porque já está em pesquisa.  A expectativa é que no máximo em um ou dois anos esteja pronta para investir na região – ressalta.

PROGRAMA BNB DE CULTURA

Em sua terceira edição e preparando o Edital para a edição 2009, que será lançado no próximo mês de julho, o Programa BNB de Cultura já contemplou vários projetos da região. Na edição 2008 foram investidos recursos na ordem de R$ 3 milhões. Em Minas Gerais foram selecionados 12 projetos, no valor total de R$167.171,56. Segundo Gabriel, a novidade para a edição 2009 é que o programa também vai beneficiar projetos aprovados pela Lei Rouanet (Lei n° 8.313/91, que permite que os projetos aprovados pela CNIC - Comissão Nacional de Incentivo à Cultura recebam patrocínios e doações de empresas e pessoas, que poderão abater, ainda que parcialmente, os benefícios concedidos do Imposto de Renda devido).

- Em 2007, foram investidos R$ 2 milhões no programa. Nesse ano, aumentamos para três. Na edição de 2009, o recurso será de R$ 4 milhões de reais, mas acreditamos que ainda é pouco, se compararmos a outras empresas, a Petrobrás por exemplo, que investem muito mais do que isso na área cultural - completa.

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