Expedição composta por 12 bandeirantes, por volta do ano de 1554, desbravou o Norte de Minas à procura de pedras preciosas, Mas as terras que até 1660 eram habitadas apenas pelos índios Anais e Tapuias, quando em abril de 1707, o sertanista Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros.
Em 1832, era criado no município de Serro o distrito com a denominação de Montes Claros da Formiga, exatos 213.91 km de distância dessa que é hoje a capital do Norte de Minas. O tempo andou à galope e o Arraial das Formigas, de 1768, foi elevado à condição de cidade de Montes Claros, então com dois mil habitantes, em 3 de julho de 1857, pela Lei Provincial nº 802. A partir daí e até os dias atuais, muita história para contar.
Hoje, Montes Claros, terra dos imortais Cyro dos Anjos e Darcy Ribeiro, completa 166 anos olhando para o futuro, sem esquecer de um tempo não tão distante, como de 1970, quando 74,79% de sua população se encontrava em nível de pobreza. Uma ferida que, em 2001, doía ainda em 33,17% de sua gente.
Neste 3 de julho, portanto, são muitas as comemorações. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Montes Claros é a sexta maior cidade de Minas e do ponto de vista econômico, com 24,4% de sua população ocupada.
SEMPRE NOVA
A MOC de hoje, com 166 anos, está em franco desenvolvimento. Tudo começou o processo de industrialização, lá na década de 1970, com incentivos fiscais e financeiros da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), fenômeno que atraiu para o município intenso fluxo migratório. Entretanto, dados do IBGE, de 2022, consolidavam os serviços como a nova alma de sua economia.
Considerando o Produto Interno Bruto (PIB) por setores econômicos, o destaque é a participação do setor de serviços com 74%, enquanto os setores industrial e agropecuário respondem, respectivamente, por 24% e 2% do PIB municipal. Realidade possível, porque MOC transformou-se no segundo polo de educação em Minas Gerais, enquanto a saúde é referência para outros 89 municípios do Norte do estado.
Na região, ênfase para o atendimento humanizado, para a moderna estrutura e alto padrão tecnológico do Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, com notável contribuição dos cursos oferecidos pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) na área de saúde, como medicina, medicina veterinária, psicologia, biomedicina, enfermagem, engenharia biomédica, farmácia, fisioterapia e fonoaudiologia.
Cidade da saúde e da educação
Em data tão importante, O NORTE não poderia deixar de ouvir um de seus filhos mais atuantes, o homem público, médico e empresário Ruy Muniz, ex-prefeito cuja história, nos últimos 43 anos, se confunde com a própria história de Montes Claros. Antes de contar um pouco de sua trajetória, enfatizou que nunca andou sozinho, que, em cada feito , “tem muito de Raquel Muniz, porque juntos fazemos a diferença”.
Ruy Muniz lembrou que “Montes Claros celebra 166 anos, tempo que atingimos 42 anos de vida empresarial, 41 anos de casados, a Funorte chega aos 35 anos e o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro completa dez anos com mais de mil cirurgias eletivas em todas as áreas, beneficiando não apenas essa cidade maravilhosa, mas todo o Norte de Minas”.
Ex-vereador mais votado da história de Montes Claro e deputado estadual, Ruy Muniz salienta que “por amar Montes Claros, decidimos entrar para a política”. Por isso, se sente confortável para afirmar que “nos últimos 23 anos, Montes Claros deu um salto no setor de educação e temos a honra de ter contribuído para esse salto, porque criamos a FUNORTE e, com ela, mais de 50 cursos superiores, que com outras instituições, transformaram a cidade em polo de educação superior”.
Recordou que ajudaram no processo de estadua-lização da Unimontes. “Portanto, podemos dizer que nós, na iniciativa privada, e a universidade pública, formamos ao longo desses anos recursos humanos altamente qualificados, permitindo igualmente a criação de polo industrial, de modo a possibilitar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a criação de empregos de melhor qualidade”.
Como prefeito, acredita que pôde ajudar muito a saúde e a educação, trazendo qualidade de vida para a população.
‘Cuidar da nossa gente’
Se aos 166 anos de emancipação política Montes Claros se consolidou como polo educacional em Minas Gerais, a FUNORTE teve papel importante nessa historia. É o que lembra a reitora, médica e professora Raquel Muniz, também diretora do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira.
A O NORTE, Raquel Muniz contou como tudo começou: “eu e Ruy, abrimos primeiro um cursinho pré-vestibular e começamos a perceber que os nossos jovens precisavam sair de Montes Claros para realizar o sonho do curso superior, foi quando começamos a sonhar com a criação de uma faculdade, capaz de atender a demanda da região”.
O que ela não imaginava era que “esse primeiro passo, levaria, verdadeiramente, a cidade além; fazendo de Montes Claros o segundo polo educacional de Minas Gerais. Tenho muito orgulho em fazer parte dessa história”. Segundo Raquel, desde então, ela e Ruy Muniz nunca deixaram de acreditar na possibilidade de “ser maior ainda, para servir a todos”.
Para Raquel, se Montes Claros - dia após dia - atrai novos empreendimentos e gera empregos, “é porque a educação procurou fazer a sua parte. A indústria precisa de mão de obra qualificada e aqui temos cursos superiores de qualidade, temos o maior Centro Universitário do Norte de Minas, que é a FUNORTE”.
Ainda segundo a reitora, “é gratificante fazer parte dessa história, é um orgulho indizível permitir, que, através da FUNORTE, as pessoas realizem o sonho da graduação, ou seja, transformem suas vidas através da educação. E é muito bom também, cuidar da nossa gente através do Hospital Dr. Mário Ribeiro, onde sou médica. Desejo a nossa cidade vida longa e saúde a nossa gente”.