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Quarta-Feira,27 de Agosto

Turbine seu dinheiro

Consumidor deve estar atento à incidência do IR e de taxas antes de investir

Tatiana Moraes
Publicado em 05/02/2019 às 08:23.Atualizado em 05/09/2021 às 16:24.

Início de ano é o momento ideal para planejar o futuro, especialmente o financeiro. E colocar todas as possibilidades de investimento na ponta do lápis é fundamental para colher os melhores frutos. É necessário avaliar incidência de Imposto de Renda e até taxa de administração, algumas vezes cobrada pelos bancos. Em caso de aplicação em renda variável, a tolerância ao risco deve ser levada em consideração.

Com a ajuda de especialistas, fizemos um levantamento dos principais investimentos do mercado. A Selic a 6,5% deixa a poupança antiga mais vantajosa, mas ela não ganha muito do CDB.

Se uma pessoa tiver R$ 10 mil aplicados na poupança antiga por 12 meses, ela vai resgatar R$ 10.617 ao final do prazo. Esse regime vale para aplicações feitas até 3 de maio de 2012, em que o rendimento é de 0,5% ao mês (o equivalente a 6,17% por ano) + a TR. Para valores depositados depois dessa data, o rendimento é de 70% da Selic sempre que a taxa básica for igual ou maior que 8,5%.

“O problema é que não dá mais para aplicar na poupança antiga, que tinha ótimos rendimentos. Por isso, o conselho que damos é para a pessoa evitar mexer nesse tipo de rendimento”, afirma o professor de economia e consultor financeiro Paulo Vieira.

O CDB tem uma taxa mais alta, de 6,97% ao ano. Porém, os mesmos R$ 10 mil aplicados por 12 meses nessa modalidade renderiam $ 10.557,60, valor 1,46% menor. O motivo é simples. Quando o resgate é feito em um ano, o leão morde 20% desses rendimentos. Isso significa que a taxa líquida cairia para 5,5760%.

O caso do Tesouro Direto, que recebeu milhares de investidores no ano passado em decorrência da isenção da taxa de administração de grandes bancos, como Santander, Bradesco, Itaú e Caixa, é parecido com o CDB.

A taxa de 6,34% ao ano cai para 5,144% quando 20% do Imposto de Renda é descontado dos rendimentos. Como reflexo, o resgate ao final de um ano é de R$ 10.514.

O ideal nesse caso, segundo Paulo Vieira, é deixar o dinheiro aplicado por mais tempo. E uma dica para fazer resgates mais longos é dar destino ao capital. Ou seja, pensar no longo prazo.

“Se a pessoa quer trocar de carro em dois anos, ele deve começar agora a poupar. Com o dinheiro na mão, é possível barganhar descontos. Além disso, ela se livra de financiamentos com taxas altíssimas”, pondera o especialista.

A superintendente financeira do Banco Semear, Kátia Ribeiro, enfatiza que o IR do CDB aplicado por 720 dias cai para 15%. “Vale a pena esperar”, afirma.
 
CENÁRIO ECONÔMICO
O levantamento foi realizado com base nos índices de 2018. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira, a expectativa é a de que 2019 seja um espelho de 2018.

“A Selic deve continuar baixa, na casa dos 6,5% ao ano, e o cenário econômico deve ser semelhante ao do ano passado, com algumas melhorias e ajustes”, justifica.

Investiu na Vale? Hora de esperar
Quem tem ações da Vale e viu a companhia perder R$ 71 bilhões em valor de mercado e o papel despencar 24%, passando de R$ 56,15 no dia 25 de janeiro, um dia após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, para R$ 42,36 na segunda-feira, não deve se desesperar. A ordem do mercado é esperar para vender as ações até que seja possível realizar lucro.

E a previsão é a de que isso não deva demorar a acontecer. Com o anúncio de redução de 40% na produção do minério pela companhia em decorrência do descomissionamento das barragens a montante, houve elevação no preço do minério e, consequentemente, valorização dos papéis da mineradora.

Na última sexta-feira eles fecharam a R$ 46,25, aumento de 9,18% desde segunda-feira. Além disso, na quarta-feira o governo do Estado determinou o encerramento de todas as 50 barragens nesse molde que estão instaladas em Minas, operadas pelas mais diversas empresas. Destas, 27 estão em operação. A previsão é a de que a produção seja ainda mais prejudicada, com possibilidade de nova elevação do preço do minério.

A economista do aplicativo Renda Fixa Fernanda Fonseca afirma que a Vale é uma empresa “to big to fail”, termo utilizado por analistas de mercado para classificar companhias “muito grandes para quebrar” e que é hora de ter calma.

“Houve um comportamento de manada no começo, por isso os papéis desvalorizaram tão rápido. Mas a recuperação tem sido registrada aos poucos”, afirma.

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