Tudo guardado no devido lugar

Bagunceiros “de carteirinha” têm a quem pedir socorro; ajuda profissional faz a diferença

Patrícia Santos Dumont
Hoje em Dia - Belo Horizonte
Publicado em 18/11/2017 às 07:59.Atualizado em 02/11/2021 às 23:45.
 (Pedro Gontijo)
(Pedro Gontijo)

Casa desorganizada, vida bagunçada. Todo mundo já ouviu essa associação e cedo ou tarde, acaba percebendo que a desordem nos armários de casa ou na bolsa de mão é responsável (sim!) por parte da carga de estresse no dia a dia. Mais até, pela perda de tempo e de dinheiro. A boa notícia é que há ajuda profissional para colocar as coisas em ordem e socorrer os bagunceiros “de carteirinha”. 

Uma das fundadoras da Associação Regional de Profissionais de Organização e Produtividade de Minas Gerais (Arpop-MG), Renata Fonseca é bambambã no tema. Dona da empresa que leva o próprio nome, a moça de 33 anos é prova de que o negócio vem bombando mesmo e, aos poucos, perdendo status de “coisa de rico”. Há dois anos e meio, ela abandonou a rotina de estudar para concursos públicos para se dedicar ao ofício de organizar lares e vidas. Não se arrepende. 

“A vida da gente está cada dia mais corrida e o tempo passando cada vez mais rápido. Nessa correria, as pessoas começam a delegar parte das tarefas para alguém. Se antes precisavam de um funcionário para comprar algo, por exemplo, agora delegam a organização da casa”, justifica. 
 
INVESTIMENTO
E qual o custo da ajuda profissional? Cerca de R$ 70 por hora. “Quem procura quer realmente trazer a organização para o dia a dia. Não joga dinheiro fora”, ressalta a organizadora. 

A administradora Cristina Dumont também trocou de profissão. Há quatro anos dedica-se à organização de ambientes – há um, está à frente da Mudares Organiza. Muito procurada por quem está de mudança ou acabou de concluir o processo, ela ensina o principal truque da casa perfeita: setorizar. “Percebo que as pessoas não têm noção do que é organizar. A primeira coisa é separar o que é igual no mesmo espaço, assim as coisas não ficam espalhadas pela casa. Depois, manter fica mais fácil”. 

Na Mudares, o serviço inclui organização e instrução do cliente ou profissional que manterá a casa ordem, além de uma reava-liação 30 depois do serviço e um contato um ano depois. “O objetivo não é simplesmente arrumar, mas deixar tudo pronto para que a própria pessoa possa dar continuidade”. 


Técnica de cores ameniza descarte
A personal organizer Talita Melo criou um código de arrumação baseado nas fases do semáforo. A ideia é que ao descartar uma peça encostada no fundo do armário a pessoa, ao invés de lamentar a perda, tenha a sensação de ganho ou até retorno financeiro com o desapego.

“Alguns profissionais, como a Micaela Góes (apresentadora do programa Santa Ajuda, do GNT) já utilizam a técnica do verde-amarelo-vermelho para indicar o que fica, os itens que vão para doação e o que vai para o lixo, nesta ordem. Minha ideia foi usar a mesma configuração, baseada num signo universal, de conhecimento de todos, para criar um método diferente, que cause certo conforto emocional”. 

Verde significa venda; amarelo, ação, ou seja, o que precisa ser lavado, passado ou costurado para ser aproveitado; vermelho traduz o que parou na vida e deverá ser doado. 
 
“ACUMULADORES”

A organizadora explica que há perfis de pessoas com tendência a acumular objetos. O emocional é aquele que associa o objeto a um sentimento e a lembranças e memórias; o de escassez geralmente está relacionado a pessoas mais velhas ou que já tenham vivenciado dificuldade financeira e que acreditam precisar do objeto em algum momento. O criativo é o que enxerga potencial artístico em tudo o que vê e tem, mas não o coloca em prática. 

Para evitar armadilhas, um dos principais macetes é evitar manter coisas em caixas, mesmo quando a intenção for passageira. “Colocar a vida em caixa não é fácil. Tirar, menos ainda”, enfatiza. 

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