Policiais militares e civis estão à procura de um menor envolvido na tentativa de assassinato contra o cabo Ananias Buriti da Silva, 34 anos, na noite de quinta-feira, 15, na Travessa Risério Leite do Bairro Morrinhos.
O crime aconteceu por volta das 22h30, quando o policial percebeu um movimento na laje de sua casa e saiu para verificar do que se tratava. Na laje, segundo testemunhas, quatro homens faziam uso de drogas e, logo que perceberam a presença do cabo, efetuaram quatro tiros de revólver calibre 32 em sua direção, acertando-o no tórax, lado esquerdo.
Cabo Ananias caiu com o impulso do tiro a cerca de 3 metros da laje de sua residência até o chão.
O policial passou por uma cirurgia e está no CTI da Santa Casa, em estado grave.
PERSEGUIÇÃO
Desde o registro do crime, centenas de policiais militares saíram pelas ruas de Montes Claros à procura dos criminosos. Somente na manhã de sexta-feira última dois homens foram presos e um menor apreendidos.
Um dos homens presos, Willian Souza Charles, 22 anos, foi autuado em flagrante, depois de prestar depoimento na delegacia de repressão aos crimes contra a pessoa.
Willian já era conhecido nos meios policiais por ter ferido um detetive da polícia civil com uma facada nas costas, há alguns meses.
Depois de ouvir o outro homem e o menor, eles foram liberados.
APOIO
O delegado regional Aloísio Mesquita determinou que os detetives da polícia civil apóiem a militar na procura ao menor que foi identificado como autor do disparo e que está foragido.
TOQUE DE RECOLHER
No local do crime, a reportagem de O Norte ouviu vizinhos do cabo Ananias, que afirmam que se trata de uma pessoa tranqüila.
- Ele nunca teve problema com ninguém aqui. O que está acontecendo é que os traficantes tomaram conta do bairro. Ninguém tem coragem de sair às ruas à noite. Todo mundo aqui tem medo de morrer, porque os criminosos não querem saber de ninguém; querem apenas vender e usar drogas. Isso tem que acabar, não podemos ser vítimas do toque de recolher de bandidos – afirma o aposentado José Ferreira.
DROGAS APREENDIDAS
Durante a perseguição ao menor foragido, policiais do Gate - Grupo de ações táticas especiais e do Canil foram informados de que um homem de nome Maicon, residente na Rua H, Bairro Nossa Senhora das Graças, teria dado fuga ao autor dos disparos contra o cabo.
Na residência, os policiais não conseguiram localizar Maicon e o menor, mas encontraram, escondidos debaixo da cerâmica da sala, 500 gramas de crack e duas buchas de maconha. Na casa também foram localizados e apreendidos: duas perucas que poderiam ter sido utilizadas na prática de assaltos; uma balança de precisão e outra balança grande, várias caixas de bicarbonato de sódio puro que, segundo a PM, seria utilizada pelos traficantes na mistura da cocaína; um caderno com anotação do comércio de drogas; diversas embalagens de drogas; e R$ 308 em dinheiro escondidos em um travesseiro.
Segundo o comandante do Gate, sargento Oliveira, provavelmente a casa teria sido alugada para funcionar como ponto de tráfico de drogas. Ele alerta a população para denunciar qualquer atitude suspeita de desconhecidos:
- Temos observado que, freqüentemente, traficantes estão alugando casas distantes do centro da cidade para funcionar como pontos de tráfico de drogas. É muito importante que a população fique atenta a atitudes suspeitas de desconhecidos que alugam casas de repente, e denunciem através do telefone 0800-300190 ou pelo 190, para nos ajudar no combate ao crime organizado em Montes Claros.
INVESTIGAÇÕES
O delegado Giovani Siervi, da delegacia de repressão aos crimes contra a pessoa, instaurou inquérito na tarde de sexta-feira, para apurar os motivos do crime.