
Entre as datas marcantes de outubro, o Halloween vem encerrar o mês e trazer a festa que já faz parte das comemorações nacionais. É o “dia das bruxas” que, na próxima sexta (31), reforça a lembrança de “doces ou travessuras” com crianças e adolescentes vestidos de fantasmas, vampiros, zumbis e outros simpáticos personagens da cultura pop.
Cinematograficamente, é obrigatório citar o clássico “Halloween”, dirigido pelo mestre John Carpenter, que ocupou as salas de cinema estadunidenses em 25 de outubro de 1978, uma quarta-feira, apresentando o silencioso Michael Myers no início da sua jornada de assassinatos e mortes. Assim, surgiu a franquia de 13 filmes – um número de respeito no universo dos símbolos e superstições populares – atravessando as décadas de 1980, 1990, 2000 até o capítulo final temporário, em 2022, com o título superlativo de “Halloween Ends: O Acerto de Contas Final”. Atualmente, o clássico está disponível nos streamings Looke (pago) e Netmovies (gratuito) – e aquela busca rápido pelo Youtube vai encontrar o título em versão dublada ou legendada com qualidade variada.
E as produções brasileiras também aparecem temperando o terror com os personagens e as histórias da cultura nacional. A dica é buscar o streaming Itaú Cultural Play, de assinatura gratuita e um catálogo bem diversificado de títulos nacionais; a Mostra Terror à Brasileira oferece três longas-metragens bem representativos e de estilos variados.
“Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver” (1966) marca a volta do endiabrado Zé do Caixão às telonas após o sucesso de “À Meia-Noite Levarei sua Alma” (1964). Dirigidos por José Mojica Marins, são dois clássicos do terror mundial conquistando a admiração de críticos e cinéfilos; a continuação consolida a figura do protagonista que retorna à cidade natal em busca da mulher ideal para gerar um filho perfeito cometendo os crimes necessários para atingir seu objetivo. Zé do Caixão se transformou num personagem da cultura pop revelando a originalidade de uma obra com atmosfera própria e efetivamente brasileira.
“Trabalhar Cansa” (2001), da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, associa o suspense e o medo a uma crítica sobre o consumo e às dificuldades econômicas da classe média mostrando os problemas de administrar um minimercado; o drama se destaca na narrativa e a revelação final chega num tom seco e objetivo que esclarece e incomoda o público. Já “Raquel 1:1” (2022), de Mariana Bastos, investe no “terror de cunho religioso” contando a história da adolescente que se envolve com um grupo de meninas excessivamente devotas e crentes; os acontecimentos envolvem Raquel num clima de disputa entre fé e razão aproximando-a perigosamente da loucura – é o “terror psicológico” que tem ganhado cada vez mais espaço nas produções recentes.
Portanto, marque na sua agenda e programe-se para conferir as dicas de filmes até o “celebrado dia das bruxas” no encerramento de outubro.
*Crítico de cinema, jornalista e colaborador do O Norte
