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Sábado,27 de Abril

Sereno em todos os sentidos

Honda City não é o mais potente nem o mais equipado, mas oferece comodidades de um sedã compacto

Marcelo Ramos
Hoje em Dia - Belo Horizonte
26/05/2018 às 07:54.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:17

(MARCELO RAMOS)

Até janeiro, o Honda City dormia em berço esplêndido no segmento de sedãs compactos. Tendo apenas o Chevrolet Cobalt como adversário, o japonês nunca fez esforço para superar o competidor norte-americano. Com a chegada de modelos como Volkswagen Virtus e Chevrolet Cronos, os executivos se mantiveram impávidos. Colocaram a linha 2018 nas ruas em fevereiro, com poucas alterações de conteúdo e retoques mínimos e deram banana para o controle de estabilidade (ESP), presente nos demais modelos fabricados por aqui.

Há uma razão para toda essa serenidade. O City vende o que é produzido. Apesar de ter emplacado apenas 4.144 unidades em 2018, volume que corresponde a mil licenciamentos mensais, e de ter o pior desempenho da marca japonesa, os executivos não se preocupam com ele.

Afinal, a Honda tem se focado nos segmentos que dão retorno, como o de utilitários-esportivos (SUV), em que o HR-V já emplacou 16.354 unidades e até mesmo o aventureiro WR-V teve 5.540 carros vendidos. O Fit já vendeu 10.100 desde janeiro e o Civic acumula 8.417. Assim, no frigir dos ovos, a marca já vendeu 44.550 unidades este ano e o City corresponde a 10%. 
 
O CARRO
Testamos a versão topo de linha EXL, que tem preço sugerido de R$ 83.400 e oferece pacote de conteúdo farto com direito a direção elétrica, ar-condicionado digital, multimídia com conexão com smartphone nos padrões Apple CarPlay e Android Auto, navegador GPS e câmera de ré. 

Ele ainda oferta bancos revestidos em couro, trio elétrico (retrovisores, vidros e travas elétricas), seis airbags, faróis em LED e rodas de liga leve aro 16. E mesmo sem controle de estabilidade, ele entrega assistente de partida em rampa (Hill Holder).

Trata-se de um pacote vistoso, que enche os olhos do consumidor e faz do City uma referência diante do veterano Cobalt e também dos novatos Cronos e Virtus. Mesmo assim é um valor alto, para um sedã compacto, a ponto de superar a versão de entrada do Nissan Sentra, que figura na seara dos médios. 

Conta a favor do City é que além dos bons atributos de construção, conforto e espaço, há o peso da marca, que goza de grande prestígio no mercado – bem mais que os concorrentes diretos. Mas o cenário está prestes a mudar com a chegada do Toyota Yaris. Aí é briga de japa com japa!

SAIBA MAIS
Honda city exl 1.5 cvt
O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.
 
Onde é feito?
Fabricado na planta de Sumaré (SP).
 
Quanto custa?
R$ 83.400
 
Com quem concorre?
A versão EXL concorre com as derivações topo de linha do segmento de sedãs compactos, partindo do Chevrolet Cobalt Elite 1.8 AT6 (R$ 74.350), Fiat Cronos Precision 1.8 AT6 (R$ 71.690) e Volkswagen Virtus Highline 200 TSI 1.0 AT6 (R$ 79.990).
 
No dia a dia
O City é um automóvel que prima pelo equilíbrio. No uso cotidiano, a versão EXL entrega comodidade e conforto de um sedã médio, com boa oferta de conteúdos elétricos e eletrônicos, que tornam o trânsito pesado menos estressante. O sedã de 4,45 metros não é o mais prático para costurar nos congestionamentos e nem o menos exigente na hora de estacionar. 
 
E por falar em estacionar, o sedã tem a tampa do porta-malas muito elevada (para garantir seus quase 500 litros de bagagem), o que torna a câmera de ré um acessório indispensável. Já os 2,60 metros de distância entre-eixos garantem bom espaço, tanto para quem viaja na frente quanto para quem vai atrás. 
 
O acabamento do City segue o padrão do Fit, com uso de plásticos duros, mas de boa construção, o que contribui para o conforto acústico. Já o estofamento revestido de couro garante um afago extra para os ocupantes. Sem a “pele”, muito de seu garbo se perde.
 
Motor e transmissão
O City é equipado exclusivamente com o motor 1.5 de 116 cv e 15,3 mkgf de torque, que não oferece o mesmo torque das unidades turbo 1.0 do Virtus e nem do veterano 1.8 do Cobalt, mas oferece bom comportamento e baixo nível de ruído. 
 
Já a transmissão continuamente variável (CVT) tem acionamento suave e privilegia a eficiência e o conforto. As borboletas servem para acionar as marchas emuladas da caixa, quando há uma necessidade de segurar a rotação, como se fosse uma transmissão de sete velocidades. 
 
Como bebe?
Abastecido com gasolina, ele registrou média de 10,1 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário.
 
Suspensão e freios
A suspensão do compacto nipônico segue o “arroz com feijão” da indústria, combinando eixo rígido na traseira e independente McPherson na frente. O acerto surpreende e garante firmeza sem penalizar o conforto. 
 
Os freios são a disco nas rodas dianteiras e tambores nas traseiras. Além disso, a versão não pode ser equipada com controles de estabilidade (ESP) e tração, o que é condenável. 
 
Pontos positivos
Consumo
Construção
Conteúdos
Isolamento acústico
 
Pontos negativos
Falta torque
Visibilidade traseira
Ausência de ESP, nem mesmo como opcional
Mais caro do segmento

(MARCELO RAMOS)

(MARCELO RAMOS)

(MARCELO RAMOS)

(MARCELO RAMOS)

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