
A chegada de um bebê em casa transforma a rotina de todo mundo, incluindo a relação dos tutores com os animais de estimação. Para evitar comportamentos indesejados dos pets, como xixi fora do lugar, latidos excessivos e até reações agressivas, o segredo é começar a “ambientação” da nova família já durante a gestação.
Grávida de 8 meses da primogênita Rafaela, a dentista Flávia Porcaro Lacerda Pimenta, de 36 anos, deixa o shitzu Rodolfo, de 11, à vontade para se acostumar com a chegada da nova moradora.
“Sempre mostro roupinhas, sapatinhos e brinquedos e deixo ele cheirar. Quando me distraio e ele não está por perto, certamente está no quartinho dela”, conta.
Para evitar qualquer reação enciumada do cachorro, naturalmente ciumento, ela pretende incentivar a relação entre os “irmãos”. “É claro que nos primeiros meses não posso permitir tanto contato, mas, assim que puder, serão melhores amigos! A entrada dele no quarto da Rafaela estará sempre liberada, desde o primeiro segundo”, avisa.
PREPARAÇÃO
Tutora de Lola e Madá, de 4 e 3 anos, respectivamente, a corretora de seguros Mariana Ramos de Castro Furtado, 34 anos, também preparou o terreno para que as “meninas”, como são chamadas, não estranhassem a chegada de Raul, hoje com 1 ano. Orientada por um adestrador contratado para treinar a dupla antes que conhecesse o recém-nascido, comprou uma boneca bebê e reproduziu a rotina que teria com o primeiro filho.
“Sentava na poltrona com ela no colo e deixava que cheirassem, ficassem por perto. Não demorou para que substituíssem meu colo pela região mais abaixo nas pernas, como se soubessem que tinha alguém ali que não podia ser amassado”, conta.
Com o tempo, Lola se transformou em guardiã do irmão, enquanto a cadelinha mais nova preferiu manter certa distância.
“A Lola acha que é mãe do Raul, não gosta que as pessoas encostem nele, nem a gente. Já a Madá escolheu não interagir tanto. O importante é respeitar as escolhas Eles também têm personalidades e as próprias vontades”, pondera.
Adestradora na Cão Cidadão, Natália Augusta Vitoriano, que, inclusive, está grávida do primeiro filho, diz que é exatamente por aí que a relação deve caminhar. Segundo ela, o ideal é apresentar o pet ao bebê antes mesmo da chegada dele ao mundo. Caso não seja possível, a profissional recomenda a aproximação gradual entre os dois, de preferência em ambiente neutro, um parque ou praça, por exemplo.
VIDA NORMAL
Tranquila quanto ao comportamento da shitzus Panda, 3 anos e 9 meses, e Mel, 1 ano e 7 meses, a advogada Bárbara Moreira Siqueira, de 29 anos, nem precisou se preocupar com a chegada de Maria Cecília, que completou 7 meses. Dóceis e carinhosas, as cadelinhas se relacionam bem com a menina e nunca apresentaram problema de comportamento.
“Elas adoram brincar no quarto da Maria Cecília, para onde levam todos os brinquedos. Agora que a Maria já as reconhece, estica a mãozinha para pegá-las, dá o pé para lamberem. A Panda deu uma estranhada, só aceita a Maria Cecília se estiver sozinha. Vamos ter que comprar uma cama maior para caber toda a família”, brinca.