À medida que nos aproximamos da Virada do Ano, agendada para o próximo domingo (31), quase todos começam a delinear suas metas e aspirações para o ano seguinte. Para alguns, este é um momento de gratidão, enquanto outros se orientam pelos princípios religiosos. Em geral, muitos anseiam por paz, saúde, prosperidade e pela promoção de valores éticos em suas comunidades. Contudo, é fundamental lembrar que as metas individuais podem variar consideravelmente, influenciadas pelas distintas tradições e ensinamentos de cada fé.
Vanessa Nogueira, praticante da umbanda e residente na Aldeia de Seu Marinheiro e Pai Eran, em Montes Claros, compartilha suas expectativas, assim como as da comunidade quilombola, para o próximo ano — “A gente tá esperando mais união para concordar com nossos irmãos, né, tanto de candomblé quanto a do espiritismo, mais união entre os médios da nossa casa, manter mais a firmeza, ter mais fé e mais harmonia”.
Além disso, a umbandista espera que em 2024 as pessoas tenham mais respeito pelas religiões de matriz africana. “E também enfrentamos isso por sermos negros, mas somos descendentes de negros, o que não deveria ser motivo para tanto preconceito. Portanto, esperamos menos preconceito e mais harmonia entre os povos”, acredita.
O presidente do Conselho de Pastores do Norte de Minas (Conpas), o pastor evangélico da Igreja Batista Filadélfia, Silvio Cerqueira Alves, destaca a importância de distinguir entre aspirações pessoais e as diretrizes da Bíblia. Embora expressem o desejo de bênçãos, felicidade e prosperidade para todos em 2024, ele enfatiza que a realidade bíblica reconhece desafios. “Então, para todos aqueles que tem uma aliança com Jesus, vivendo para Ele e de acordo com as escrituras, tudo vai cooperar para aqueles que amam a Deus. Então, o ano de 2024 vai ser muito bom para aqueles que tem uma aliança com Jesus para identificar a realidade dos nossos dias e também o que estar por vir”, comenta.
Carlos Leonardo Canguçu Cardoso, presidente da Sociedade Espírita Allan Kardec, acredita que, sendo os seres humanos espíritos imortais, a ênfase em 2024 deveria ser colocada nas questões espirituais, valorizando o ser em detrimento do ter — “Então, para 2024, a gente sendo espírito, a nossa ciência sendo espiritual, é dedicar mais às coisas do Espírito, às coisas de Deus, aos tesouros celestes que são imperecíveis, que não conhecem a ação da traça, nem da ferrugem, como Jesus afirmou, do sermão da montanha, né? Porque são dons espirituais”, acredita.
Ele destaca a importância de dedicar-se mais às dimensões espirituais, aos tesouros celestiais, em contraste com uma perspectiva materialista que busca a prosperidade financeira. Para ele, o verdadeiro progresso em 2024 envolve “cultivar qualidades espirituais como calma, paciência, perseverança, solidariedade, compreensão, amor e caridade, pois, isso impactará diretamente na essência espiritual”, conclui.
A catequista, Ivone de Cássia Borborema, expressa a esperança de que 2024 seja um ano repleto de união, desejando que o Senhor Cristo esteja presente em todas as situações para abençoar e expressar gratidão — “Porque estamos vendo que a fé cristã está se perdendo. Então, espero que 2024 ela retorne bem forte para a gente ir, no caminho e nos mandamentos do Senhor”.