Desde pequena, Simone Santana afirmava que seria cantora. Ingressou no Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernândez (Celf) aos dez anos e, aos 16, começou o curso técnico em canto. Em março de 1994, realizou seu primeiro show no Centro Cultural Hermes de Paula, apresentando uma mistura de clássicos da MPB e músicas internacionais.
Simone Santana, natural de Goioerê, no Paraná, mudou-se para Montes Claros aos dez anos. Neste ano, ela se prepara para um concerto em comemoração aos seus 30 anos de carreira, que ocorrerá em Montes Claros e outras cidades brasileiras.
“Sou soprano lírico com características de voz aveludada, de agudos timbrados e macios, porém, marcantes, pois o legatto bem definido, junto com seus pianíssimos e expressividade, são o marco desse tipo de soprano. O soprano é a voz mais aguda da mulher, na classificação do canto erudito. Outras sopranos podem ter características de voz mais leve e ágil (ligeiro e coloratura), mais densa, escura; de pianíssimos nos superagudos, médios concentrados e graves bem acentuados, (dramático e spinto)”, diz.
Além de ministrar aulas, participar de concertos, viajar pelo Brasil afora, você também tem cantado para os pacientes do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira. Conte um pouco dessa experiência.
Esse é um projeto incrível! Cantoterapia para pacientes em atendimento e/ou acamados. Eu trabalhava com idosos do bairro Amazonas e, um belo dia, a Raquel Muniz me convidou para ver o piano que havia colocado no saguão do hospital! Achei a ideia incrível, montei um repertório calmo para amenizar o momento de espera dos pacientes, visto que a música, além de acalmar, diminui os índices de pressão alta, ansiedade e taquicardia, onde muitos que chegam para operar chegam com medo e ansiosos.
Qual foi o momento de consagração da sua carreira?
Foi no ano de 2000, quando ganhei o papel principal da Ópera Cavalleria Rusticana, em comemoração aos 30 anos do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.
Nesses 30 anos, você participou de muitas óperas. Qual marcou de maneira especial a sua carreira?
Cavalleria Rusticana em Belo Horizonte, aqui em Montes Claros, além do papel da “Flauta Mágica” que interpretei o papel da Pamina com o grupo Giramundo.
E qual personagem você ainda não fez e gostaria de fazer?
Tosca de Puccini.
Qual foi a premiação mais relevante para você e qual a importância desse reconhecimento?
A de melhor intérprete de Música Brasileira no Concurso Internacional de Canto em 1998, no Paraná, o de melhor intérprete de Lorenzo Fernandez no Rio de Janeiro, o terceiro lugar em Colmenar Viejo, na Espanha. Cada um desses e tantos outros que recebi pelo Norte de Minas tem um significado muito especial na minha carreira.
Quais obras, compositores e intérpretes mais te impressionam?
As óperas são as que mais me encantam, dentre elas Tosca, A Flauta Mágica, Cavalleria Rusticana, La Serva Padrona, Manon Lescaut, La Bohème, Delibes e tantas outras! Falar dos compositores é o mais difícil, pois admiro cada um de maneira diferente, a genialidade de Mozart, por exemplo, sem comentários! Puccini, Verdi, Bach, Handel, Tchaikovsky, Schubert, Schumann, Lorenzo Fernandez, Francisco Mignone, Villa Lobos, Waldemar Henrique, Guarnieri, Schopenhauer, Chopin, há! Ficaríamos dias tentando enumerar!
Como se sente comemorando 30 anos de carreira?
Uma alegria imensa e muito privilégio de Deus, por me dar esse dom incrível e agradecida por ter estudado aqui, me aperfeiçoado em outros lugares, voltado e fazer parte do corpo docente de uma das escolas de música mais importantes desse país, aprimorando outros dons e elevando a carreira de tantos.