Professores realizam enterro simbólico do Governador e do Reitor

Greve da Unimontes chega aos 109 dias sem nenhuma expectativa de solução. Adunimontes acusa reitoria de demora nas nomeações para pressionar o encerramento da paralisação.

Jornal O Norte
Publicado em 20/08/2016 às 07:00.Atualizado em 15/11/2021 às 16:10.

Por Nairlan Clayton Barbosa










Foto: Divulgação

Manifestantes realizaram enterro simbólico do reitor e do governador

 

Os professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) realizaram na manhã desta quinta-feira (18), manifestação em protesto por melhores salários e gratificações para a classe. Os professores caminharam pelas ruas do campus, entoando cânticos fúnebres e levando duas redes com bonecos do Governador Fernando Pimentel e do Reitor professores. João dos Reis Canela. A concentração ocorreu em frente ao prédio e, na sequência, os participantes subiram até a reitoria. Em seguida, o grupo desceu e colocou os bonecos em um caixão.

A paralisação da classe chega aos 109 dias e reivindica plano de carreira e incorporação de gratificações por desempenho da carreira de professor de educação superior (GDPES) e pó de giz.

A Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Adunimontes) acusa a reitoria de demora nas nomeações para pressionar pelo fim do movimento. Com o mesmo objetivo, elas seriam feitas sem o reconhecimento da titulação dos profissionais.

Gilmar Ribeiro, Presidente da Adunimontes informou que uma comissão elaborou um plano de carreira como proposta nas negociações à reivindicação de reajuste salarial, mas mesmo assim, não houve avanço porque o governo estadual afirma que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite gasto superior a 60% com o pagamento do funcionalismo.

Segundo a Adunimontes, esse limite não seria ultrapassado, pois as contratações por concurso teriam reduzido em R$ 2 milhões mensais o impacto na folha.

Após o ocorrido, nesta sexta feira, 19, a instituição de ensino emitiu nota sobre o assunto e informou que “desde o início da greve, atua diretamente nas várias formas de negociação agindo como mediadora entre o movimento dos professores e o Governo do Estado. Nestes mais de 100 dias de paralisação, todas as possibilidades de negociação foram debatidas e alguns itens da pauta já tiveram alcance como a nomeação de professores aprovados no último concurso – 70% do total de aprovados.

Sobre a questão das designações, a Universidade informou que “o encerramento dos contratos é um procedimento legal, tendo em vista que todos os professores contratados de forma temporária para o 1º semestre letivo de 2016 tinham conhecimento pleno da vigência do contrato até 31 de julho último.

Conforme a pauta de reivindicações, os professores da Unimontes querem que os benefícios específicos da função sejam incorporados aos vencimentos básicos. Neste sentido, o Governo do Estado já comunicou que há impedimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal e necessita de prazos para apresentação de um Projeto de Lei que altere a questão salarial. Até o momento, os professores não aceitaram os prazos e, por isso, a greve está no âmbito judicial.

Quanto à manifestação dos alunos para o reinício das aulas, também realizada nessa quinta-feira, a Universidade considera compreensível já que o total de acadêmicos prejudicados com a paralisação dos professores é extremamente significativamente – 8 mil alunos. E os impactos atingem não só a comunidade acadêmica, mas também o público externo na prestação de serviços com seus programas e projetos de ensino, pesquisa e extensão.

A nota encerra informando que “a instituição atua para que a situação seja normalizada e a Universidade retorne ao seu pleno funcionamento”.

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