A polícia civil de Montes Claros prendeu na manhã de ontem o principal suspeito de ser um dos homens que executaram o presidente de associação comunitária que lutava no combate ao crime organizado e tráfico de drogas no Bairro Cidade Cristo Rei (Feijão Semeado), Farley José de Souza, 30 anos, e sua filha de 12 anos, Lívia Maria Rocha de Souza, no último dia 30.
Farley e sua filha que cursava a 6ª série do ensino fundamental em uma escola do Bairro São José, foram executados na Rua Santo Inácio, a menos de 100 metros de sua casa, por dois homens em uma moto de cor escura, sem placa, quando voltavam da rádio Comunidade 97,1 FM, onde fizeram uma gravação chamando a comunidade a participar de uma ação que seria promovida no dia seguinte no bairro, pela LBV - Legião da Boa Vontade.
Erivelton Ferreira de Souza, 22 anos, conhecido nos meios policiais como Veto e que tem 11 passagens registradas, foi apontado como principal suspeito da execução no dia do crime, pois em sua casa foram apreendidas munições, arma, droga e dinheiro.
Veto que estava foragido da polícia desde o dia do crime, foi preso na manhã de ontem durante cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz da vara de execuções penais, Marcos Antônio Ferreira.
- OUVI PELO RÁDIO DA PM QUE ERA SUSPEITO E FUGI - DIZ SUSPEITO
Em depoimento ao titular da delegacia de repressão aos crimes contra pessoa, delegado Giovani Siervi, o suspeito Veto disse que:
- No dia 30 de novembro estava em minha casa quando ouvi vários tiros e saiu no portão, quando vi um tumulto; perguntei uma vizinha o que tinha acontecido e ela respondeu que tinham dado uns tiros na favela; depois voltei e entrei para casa; depois ouvi um movimento de carros da polícia e ouvi por um rádio da polícia militar que eu era o principal suspeito, depois fugi para não ser preso – disse o suspeito.
Sobre a arma, as munições e a droga apreendida em sua casa, Veto disse que:
- Tudo que foi apreendido lá em casa, o revólver, a munição e a cocaína, são do meu irmão, menor de idade; não tenho nenhum envolvimento no crime.
ORDEM DE EXECUÇÃO
No dia do crime, durante registro de boletim de ocorrência do duplo homicídio, policiais militares receberam várias denúncias anônimas sobre o mandante e executor de pai e filha.
A primeira denúncia informava que um homem conhecido como Didi Cabeludo, que está preso na cadeia pública da cidade, seria o mandante do crime, pois ainda segundo a denúncia, sua prisão teria sido efetuada após denúncia feita pelo presidente da associação.
Ainda segundo denúncias, o provável executor do crime era Erivelton, pois segundo testemunhas os homens que executaram pai e filha se esconderam na casa do suspeito.
Na casa do suspeito foi apreendido um revólver calibre 38 da marca Taurus, número de série QF538360 de seis tiros, e dezessete cartuchos calibre 38 intactos; um punhal inox da marca Stainless de cabo duplo, com 13 centímetros de lâmina; um canivete da mesma marca de cor preta e vermelha; uma agenda telefônica com várias anotações; um celular da marca Nokia; R$ 241, em dinheiro; uma carteira de habilitação e um documento de moto; e uma pedra de crack. No quintal da casa foram localizadas duas motos Titan CG 125 de cor azul, placas HAJ 5415 e HBO 0663, que não foram apreendidas por não apresentar impedimentos.
INVESTIGAÇÕES
O delegado Giovani Siervi informou a O Norte que o duplo homicídio registrado no Feijão Semeado está sendo apurado para que as identidades dos executores e possível mandante do crime sejam reveladas.
Quanto à participação do suspeito Veto no crime, o delegado informou que está sendo investigada se o suspeito participou ou não do crime.
