A segurança na cadeia pública de Montes Claros será reforçada com a instalação de duas portas com detectores de metais, que já estão no local.
As portas foram doadas pela Caixa Econômica Federal na semana passada, após reivindicação do diretor do cadeião, Saulo Nogueira, e do juiz da Vara de execuções penais, Marcos Antônio Ferreira, que estavam preocupados com o grande número de celulares apreendidos nas celas.
Somente em 2006 foram apreendidos 72 celulares e dezenas de carregadores em poder dos presos, que provavelmente foram entregues por suas companheiras ou mulheres que foram pagas para levar os objetos no interior do corpo.
Segundo Saulo Nogueira, esse tipo de comportamento, quando mulheres utilizam o próprio corpo para levar objetos para os detentos, é preocupante:
- Além dos celulares apreendidos, efetuamos treze prisões de mulheres, um homossexual e um jovem que tentava passar com drogas e telefones para entregar aos presos escondidos no interior do corpo, nas roupas, em sandálias e até em frascos de perfume. Assim como entram celulares e drogas dentro do corpo das mulheres, podem entrar armas, munições e explosivos e, conseqüentemente, provocar motins e rebeliões no local – diz o delegado.
TRÁFICO E EXECUÇÕES
Saulo afirma que, com a instalação dos detectores de metais, pelo menos dois dos vários problemas, como superlotação carcerária e entrada de drogas no cadeião, serão resolvidos: o comando do tráfico de drogas e a ordem de execuções dada pelos presos de dentro das celas.
- Existem várias suspeitas e estamos investigando a participação de presos em homicídios que aconteceram no ano passado, após a ordem de execução ter saído de dentro das celas, assim como o comando do tráfico de drogas. Esses crimes são cometidos pelos detentos que, de poder dos celulares, continuam a comandar o tráfico de drogas e até matar de dentro das próprias celas, como aconteceu no ano passado em um homicídio registrado no Feijão Semeado. Com a instalação das portas, esses crimes não poderão ser cometidos, uma vez que, se encontrarmos qualquer celular ou arma em poder dos presos, os policiais e agentes penitenciários responsáveis pela guarda interna e externa serão investigados e punidos, se comprovada a facilitação da entrada desses objetos – reafirma o delegado.
INSTALAÇÃO
O diretor da cadeia já solicitou à prefeitura de Moc a instalação das portas no cadeião. De acordo com Saulo Nogueira, a expectativa é de que na próxima semana as portas já estejam instaladas.
O cadeião está com 427 detentos divididos em 30 celas. Além da instalação das portas, a previsão da direção é de que as buscas no interior das celas continuem sendo realizadas diariamente, para evitar qualquer tipo de ligação dos detentos com o mundo externo.
