SEMANA DAS MÃES

Por amor aos filhos gêmeos, mãe norte-mineira muda vida

Mãe de dois garotos, um com paralisia cerebral e outro com uma síndrome única, artesã encontrou no crochê terapia e renda

Larissa Durães
Publicado em 08/05/2023 às 20:00.

No próximo domingo (14), será celebrado o Dia das Mães: uma data para relembrarmos os esforços contínuos das mulheres que cuidam e amam seus filhos. Aproveitando o ensejo da data, O NORTE contará histórias de mães norte-mineiras que com determinação, coragem e muito amor superam todos os obstáculos para cuidarem de seus filhos. 

Superação é uma das palavras que definem a história de Madga Marinela Alves Pereira, mãe em tempo integral, empresária e artesã. Em conversa, Magda conta que o caminho para chegar até onde chegou, não foi nada fácil para ela. Antes de ser mãe, a empresária era farmacêutica. “Mas aí fiquei gravida de gêmeos e tive uma gravidez toda perturbada, por conta disso tive que largar tudo”, comenta. 

Ela conta que teve que fazer uma cessaria bem rápida, com as crianças ainda de oito meses, porque os filhos estavam em perigo. “E quando as crianças nasceram o cuidado de imediato foi pra um. Mas aí descobrimos que o outro não teve oxigenação, por isso, um nasceu com paralisia cerebral e o outro nasceu com uma síndrome rara”. Ela conta que um dos filhos teve que ficar um ano no Centro de Terapia Intensivo (CTI) em Belo Horizonte, e depois ficou mais três anos e meio em Home Care (cuidado em casa). 

Mesmo com uma CTI montada em casa, e com ajuda de médico e enfermeira, Magda também sentiu a necessidade de estar presente. “Tive que largar o emprego de farmacêutica, porque apesar da equipe, mãe é mãe”, afirma. 

SUPERANDO
Ela explica que Arthur tem paralisia cerebral e João Vitor é portador de uma síndrome que é única no mundo. “Por isso, não sabemos nem explicar, porque ainda não sabemos se o problema que teve é relacionado a síndrome ou ao nascimento prematuro. Precisa nascer outra criança como ele para poder entender”. João Vitor teve que fazer 13 cirurgias e “cada uma foi duas facadas no coração”, lamenta.

Devido à condição dos filhos, Magda começou a fazer crochê como terapia. “Desenvolvi essa habilidade e fui fazendo crochê e fui fazendo crochê, e acabei vendendo artigos infantis, dentro da minha casa, aí em Montes Claros”, conta. Foi só depois que foi morar em Janaúba, que a mãe decidiu abrir uma loja de artigos para crochê. “Hoje os meus filhos estão com 11 anos e estão bem, andam, falam, e desenvolvem muito bem”, diz feliz. “Assim, hoje divido o meu tempo com os cuidados com as crianças e a loja” completa.
 
CONSELHO DE MÃE
Para as outras mulheres que também precisam ultrapassar obstáculos por causa dos filhos, Magda aconselha: “Confie em Deus, porque tudo tem o seu tempo para vencer essa luta. Não desista de nenhum sonho, porque tudo é possível no tempo de Deus”. 

Segundo ela, às vezes a vida nos prega peças. “Quando passa o momento mais dramático, conseguimos olhar para trás e enxergar que tudo acontece na hora certa. Um dos meninos começou a comer com sete anos, antes era através de sonda. No início eu ficava em desespero, mas com o tempo, comecei a enxergar que bastava ter paciência. A hora certa vai chegar”, diz. 

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