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Quarta-Feira,18 de Junho
Quebra de tabus

Pesquisa mostra que jovens entre 16 e 24 anos são mais liberais

Larissa Durães
Publicado em 05/07/2023 às 20:00.

Segundo uma pesquisa conduzida pelo Instituto AtlasIntel, os jovens entre 16 e 24 anos são mais determinados a desafiar tabus. De acordo com a análise, em geral, eles têm uma mente aberta, são tolerantes e valorizam a diversidade em seu sentido mais amplo. Além disso, estão menos presos a convenções que têm sido fundamentadas nas últimas décadas; tanto no trabalho quanto nas relações familiares e amorosas.

De acordo com a pesquisa, 60% dos jovens assumem sua sexualidade sem culpa, e 53% deles não sofrem nenhum tipo de preconceito. 17,4% se identificaram como bissexuais ou pansexuais. Além disso, 8% preferem relacionamentos abertos, o que é quatro vezes a média nacional. A pesquisa também revela que esses jovens são mais receptivos às doenças mentais sem preconceitos, estão mais envolvidos com o empreendedorismo e são mais engajados em causas ambientais.

Além disso, esses jovens também não consideram o casamento ou a maternidade como algo que possa trazer felicidade. Apesar de toda liberdade, essa também é uma geração que não aceita tão bem o próprio corpo, o trabalho presencial ou as relações presenciais.

DIFERENÇA GERACIONAL
No entanto, há aqueles que discordam dessa pesquisa, como o psicólogo Willian Douglas Souza Faria, que afirma que pessoas mais jovens tendem a ser mais tolerantes do que pessoas mais velhas devido à diferença geracional. Que não é mérito dessa faixa etária esses modos considerados mais progressistas ou livres de pensar e agir, pois, segundo ele, as mudanças conquistadas pelos movimentos sociais resultaram em mudanças na legislação, o que facilitou a vida dos jovens de hoje. “Hoje, o que é aceito na mídia ou no debate público também mudou, e os jovens de hoje crescem em um mundo mais liberal. Não é um mérito pessoal das pessoas entre 16 e 24 anos; pois, tem mais a ver com o mundo em que cresceram estar mais diferente, em razão das conquistas sociais realizadas por pessoas mais velhas”, destaca.

Faria destaca que a pesquisa afirma que essa geração está quebrando tabus como algo inovador. “Se hoje esses jovens sentem que não precisam aceitar relacionamentos abusivos, ou ser mães, é por causa das vitórias dos movimentos feministas de antigamente. Se atualmente uma pessoa gay ou trans tem uma vida, ainda que difícil hoje, mas um pouco mais fácil dentro da marinha ou do exército, é em razão dos movimentos que nasceram dentro destas instituições em 1980 e 1990”, completa. 

Para a jovem Maria Fernanda Santos, de 16 anos, conceitos e preconceitos são coisas ultrapassadas. “Mas eu não acho que tem que ser mudado, acho que a gente vai mudando com o tempo e com as pessoas mais velhas a ter uma visão mais ampla das duas coisas, das duas gerações e com isso a gente vai evoluindo pra ter opinião, talvez diferente da geração passada, mas com base nelas”, acredita. 

Já a estudante de biologia, Hellen Vitoria Fonseca, de 23 anos, acredita que a quebra dos tabus são méritos de todas as gerações. “Lógico que teve as pessoas no passado que vieram e conquistaram a quebra de alguns tabus. Mas acredito que o destaque é que hoje estamos quebrando tabus que as pessoas mais velhas não conseguiram derrubar no passado. Isso é fruto do momento que vivemos, porque essa geração mencionada na pesquisa, mesmo sendo filhos de conservadores, não são conservadores”, afirma.

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