A polícia civil de Montes Claros está investigando a procedência do fuzil AK-47 apreendido na noite de quinta-feira, 23, pela polícia rodoviária federal, na saída de Moc, com um homem que foi preso com documentos falsos.
A apreensão da arma foi efetuada após denúncia anônima, quando foi montada uma barreia nas rodovias da cidade. A arma foi localizada dentro de um ônibus da empresa Gontijo que seguia de Januária para São Paulo, no Km 375 da BR 135.
Além do fuzil, foram apreendidos 3 carregadores e 74 munições calibre 7.62 milímetros. A arma estava com um homem de 29 anos, que se apresentou como Adriano Alves de Souza, mas a polícia civil apurou que o nome é falso.
IDENTIDADE FALSA
Os documentos apresentados pelo homem preso pertencem a Adriano Alves de Souza, vítima de um assalto há dois anos no estado de São Paulo, praticado por um grupo de homens fortemente armados e encapuzados.
Em contato com o verdadeiro Adriano Alves, a polícia civil descobriu que, no dia do assalto, foram roubados da residência de Adriano vários documentos, um veículo Palio e certa quantia em dinheiro.
Após descoberta a falsa identidade, o preso se apresentou como José Rodrigues dos Santos, nome que a polícia também acredita que seja falso, por não ter nenhum cadastro no sistema da polícia.
DEPOIMENTO
Em depoimento à polícia civil, o suposto José Alves informou que veio de São Paulo e pegou a arma em Brasília de Minas e, ao entregar a arma em São Bernardo do Campo, também no estado de São Paulo, receberia R$ 2 mil.
O acusado foi preso e encaminhado à delegacia de plantão, onde foi autuado em flagrante por tráfico de armas de guerra e se encontra no cadeião à disposição da justiça. O ônibus foi liberado para seguir viagem.
O fuzil AK 47 é uma das armas mais usadas em zonas de guerra. Projetada em 1947, tem capacidade de disparar até 600 tiros por minuto e se tornou um símbolo da Guerra fria, entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos.
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
A polícia civil trabalha com várias hipóteses para o crime, desde que a arma pertence ao próprio acusado até que o mesmo seja integrante de uma organização criminosa no estado de São Paulo.
Também está sendo apurado junto à polícia civil de São Bernardo do Campo a identidade de quem receberia a arma no destino final.
O celular do estado da Bahia apreendido com o acusado será periciado e efetuado pedido de quebra de sigilo, para que a polícia possa identificar as últimas ligações feitas pelo acusado.
O acusado mora na favela Pirapora, em São Bernardo do Campo, e informou que trabalha como pedreiro, que só aceitou fazer a viagem para buscar o fuzil pelo dinheiro.