Da profissão, uma missão

Parentes e amigos se despendem do repórter fotográfico Wilson Medeiros

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 01/07/2024 às 19:00.
Para amigos e colegas de profissão, a partida de Xu Medeiros deixará o jornalismo local mais saudoso (Arquivo pessoal)

Para amigos e colegas de profissão, a partida de Xu Medeiros deixará o jornalismo local mais saudoso (Arquivo pessoal)

O repórter fotográfico Wilson Medeiros, de 56 anos, conhecido como Xu Medeiros, faleceu no último sábado (29) em Montes Claros. Wilson Medeiros trabalhou em O Norte, Jornal de Notícias, Diário de Montes Claros, prefeitura de Montes Claros, além de freelancer em jornais e revistas do estado. Nas redes sociais, parentes e amigos renderam várias homenagens.

VAZIO
A perda de Xu Medeiros é como arrancar uma foto da parede de uma redação de jornal e torná-la vazia. É esse vazio que hoje toma de sobressalto uma imprensa triste, enlutada e que parece nos remeter a uma parede nua.

Xu Medeiros, Xu Love, ou Wilson Medeiros, como foi batizado, foi a vida toda um aguerrido de nossa imprensa, um veterano da lida, diríamos, apesar de sua pouca idade. Até na hora de partir, ele o fez cedo demais, quando tantos flagrantes ainda esperavam por suas lentes. Com sua indefectível máquina fotográfica, ele transformava os fatos em fotos nas páginas dos vários jornais por onde passou. Eu, inclusive, o conheci em um deles, na redação de O Jornal do Norte, sob a batuta de outro de nossos melhores jornalistas, saudoso Reginauro Silva. Foi ali que nossa amizade brotou firme — e que durante muitos anos dividiríamos com o trabalho de levar informações aos leitores.

A perda de Xu Medeiros machuca. Farão falta suas fotos dos fatos, sua alegria que animava as redações, sua presença risonha.

Pena que agora nos falte a sua última foto. Essa, ele levou consigo e nela, com certeza, estamos todos nós, acenando adeus. Fique com Deus, amigo. A imprensa de Montes Claros o reverencia.

Eduardo Brasil, jornalista

ESPÍRITO BRINCALHÃO
Incansável em seu ofício de registrar a vida com sua inesperável companheira: a máquina fotográfica. Xú Medeiros vai ficar na memória de todos nós, na memória de Montes Claros não apenas através das suas fotos que imortalizou situações, mas por sua alegria, seu espírito brincalhão. O jornal O Norte teve o prazer de contar com suas habilidades de fotógrafo e ele se tornou um amigo.

Raquel e Ruy Muniz, médicos e empresários

VAI COM DEUS, AMIGO!
Xu Medeiros foi meu primeiro companheiro de reportagem de campo. Trabalhávamos no jornal O Norte e todos o adoravam. Tomava conta de Reginauro Silva, nosso editor, do Raphael Reys, andava para cima e para baixo com Samuel Nunes, com Gissele Niza. Ninguém abria mão dele.  Nunca vou me esquecer da alegria dele no dia em que teve a carteira assinada como repórter fotográfico do jornal. Duas palavras poderiam defini-lo: alegria e parceria. Era impossível não se contagiar pela alegria e irreverência dele. A gente saía logo cedo, e quando ele fazia a barba já chegava perguntando: “Não estou a cara do Carlos Alberto Riccelli?” Com ele tudo era possível, não existia, vamos ver. O melhor parceiro. 

E fora do trabalho, às vezes saímos para passear de moto para conferir o que estava acontecendo de novo na cidade, comer peixe frito no Mangueiras, dar um abraço em algum amigo dele que estava comemorando aniversário. Aliás, a gente ia sempre nos lugares ‘dele’. A sensação de pertencimento, o orgulho do bairro — a Vila Exposição —, dos amigos de infância, chegavam a ser comoventes. 

A imprensa de Montes Claros já havia perdido há muito tempo o seu talento natural para fotografia. Agora, o nosso amigo foi para a casa do Pai. Que Deus o acolha com Seu amor. Que aos familiares e amigos recebam o conforto divino.

Jerusia Arruda, assessora de imprensa

VALEU, XU MEDEIROS!
Os meus sábados geralmente são intensos, com muitas atividades dentro e fora das quatro paredes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, denominação religiosa da qual faço parte desde minha tenra idade. 

São sábados felizes, claro, mas acontece de chegar notícias que fazem com que as lágrimas desçam do rosto, e procuro geralmente me recolher, refletindo algumas coisas, e orar.  

São lágrimas de tristeza pela perda de amigos e parentes. E o que era para ser um sábado feliz, se tornou um dia triste, pois morreu um cara que fez parte da minha trajetória no jornalismo, especialmente no Jornal O Norte de Minas. 

Xu Medeiros foi sinônimo de ousadia, alegria e sorriso fácil. Com ele, rodei sob duas rodas, sua motocicleta, os quatro cantos de Montes Claros, produzindo inúmeras reportagens para o Jornal O Norte de Minas. 

Coberturas foram várias, com ele ao meu lado, me ensinando. 

Foi uma parceria que durou vários anos, e que ficará eternizada na minha mente e coração. Eleições, visitas de governadores, presidentes, coberturas esportivas, e muitas outras situações.

Xu Medeiros, com seu olhar singular, fazia belos registros, e cabia a este aprendiz-jornalista, quando chegasse na redação, tentar, através dos registros do meu parceiro, colocar no texto o que ele fazia habilmente com sua câmera fotográfica. 

Com Xu Medeiros, este jornalista aprendeu os nomes e onde estão localizados muitos bairros de Montes Claros. A região Central de MOC era parada obrigatória para gente. Ele não foi apenas o fotógrafo que, ao meu lado, percorreu vilas, bairros, ruas e muitos segmentos sociais da cidade em busca da notícia, Xu Medeiros me ensinou a ser pauteiro, ter contatos, e como ganhar a confiança deles, e torná-los fontes, o que é imprescindível para a prática jornalística. Com a gente não tinha o jornalista e o fotógrafo. Era a equipe. Um torcendo pelo outro, e vibrando com tudo.

Me deixou um legado. De fazer da profissão uma missão. Deixará saudades!

Samuel Nunes, jornalista

BOM HUMOR
Mente aberta, alegria a todo momento, senso de humor excepcional e sensibilidade para o pouso de uma mosca, Xu Medeiros foi daqueles profissionais imprescindíveis numa redação. Às vezes incompreendido, mas muito querido. Sempre vou lembrar de nossas noites mal dormidas no Jornal de Notícias em 1990 e de nossas super coberturas realizadas pelo JORNAL O NORTE entre os anos de 2007 e 2018 do Funorte, dos eventos políticos e dos grandes acontecimentos de nossa cidade. Não havia trabalho impossível de ser realizado, principalmente se existia seu bom humor.

Grande Wilson Medeiros, será para sempre lembrado e para sempre reverenciado.

A você, meu respeito e minha reverência e acima de tudo: meu muito obrigado!

Nairlan Clayton Barbosa, jornalista

SIGA EM PAZ, XU!
Tive a oportunidade de trabalhar com Wilson Medeiros no Jornal O Norte durante quatro anos. Inclusive, na época, ele havia saído do Jornal de Notícias e me procurou para conseguir uma vaga de repórter fotográfico. Conversei com o editor da época, o saudoso Reginaruo Silva, que me solicitou que eu entrasse em contato com ele para que pudesse trabalhar no jornal. 

Xu Medeiros, como gostava de ser chamado, era daquelas pessoas que animavam o ambiente do trabalho. Sempre divertido e brincalhão. Era um companheiro de todos na redação. 

Gostava muito de ir aos campos de futebol, tirar fotos e sempre conversar comigo sobre futebol, sobretudo, o seu time de coração, o Atlético. 

Meus sentimentos a toda a família e que Deus conforte o coração de todos.

Heberth Halley, jornalista

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