Minas Gerais completou 302 anos na primeira sexta-feira de dezembro (2). Foi rei Dom João V quem criou, em 1720, a Capitania de Minas Gerais. De lá pra cá, o Estado se transformou no coração do Brasil e hoje é o segundo mais procurado por turistas no país, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério do Turismo, divulgada em outubro.
Turismo que, às vezes, arrebata. Como foi o caso do carioca Antônio Pivanti, produtor rural, que depois de conhecer as cachoeiras de Itacambira (MG), trocou o Rio de Janeiro por Minas.
“Minas Gerais não tem mar, mas tem algo além do mar. Tem cachoeiras, tem poesia. Minas Gerais encanta. Minas e suas belezas gerais, eu não canso de falar. Tá aqui um carioca modificado, hoje mais amineirado se assim posso dizer. Minas está no meu coração. Hoje é minha terra, minha casa, minha paixão”, diz um admirado Antônio.
Que saúda os mineiros em forma de agradecimento.
“Salve os mineiros, salve Minas Gerais. Muito obrigada por abrir as portas e receber um carioca do mar, carioca pescador que já foi surfista e que hoje está tentando surfar nas belezas gerais deste estado. Parabéns por nos encantar e por nos acolher”, agradece o carioca apaixonado por Minas.
Este ano Minas ficou, pelo nono mês consecutivo, com saldo positivo na geração de empregos com carteira assinada. Ano passado, foi considerado o estado mais seguro do país. Foi o que apontou o levantamento do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Além de possuir características bem singulares como as diferentes paisagens, a terra é fértil, o povo é simples e acolhedor, e ainda tem cultura, riqueza natural e excelente culinária.
“Tenho orgulho de ser mineira pelas belezas de suas montanhas e cachoeiras, cultura e culinária ímpares, além do ideal de liberdade que é nato no povo mineiro”, são os valores que deixa orgulhosa Lenisia Amaral, servidora pública da Justiça Federal de Montes Claros.
Já para a “mineira” postiça, Elisa Colombo, nascida na Itália e que há 17 anos vive em Minas, o que mais agrada é o povo.
“As pessoas são bem solícitas, nos tratam bem. E em outros estados nem sempre vi isso. As pessoas aqui ‘param’ o tempo delas pra saber como estamos, apesar da correria do dia a dia”.
Para Elisa, a mineiridade pode ser adquirida com a convivência.
“Já me sinto parte da cultura. Acredito que penso da mesma forma que um mineiro nato”.
MINAS INSPIRA
O canta-autor Pedro Boi, nascido Pedro Raimundo dos Reis, em Ibiracatu (MG), conta que as belezas mineiras sempre o serviram de inspiração para compor as suas lindas melodias.
“Minas Gerais como um todo inspira. Minas tem essas barrancas do Rio São Francisco, esse serrado, essa Minas Gerais de Ouro Preto feito de ouro e pedras preciosas. Tudo isto nos inspira e nos faz viver muito mais. Até o ar parece mais gostoso que o dos outros estados”, compara o artista.
Para Pedro Boi, ser mineiro é bom demais. “Ser mineiro é paz, é sossego, é tranquilidade”, destaca.
PEQUI DO NORTE
A culinária mineira é tão importante que tem data comemorativa: 5 de julho.
“Talvez seja a mais rica e famosa do Brasil. Em cada região do estado há uma comida típica diferente, com ingredientes encontrados com fartura no meio rural. Como é o caso do nosso arroz com pequi, do nosso feijão-tropeiro e carne de sol com mandioca”, diz a chef Andreia Pereira.
Andreia conta que os “forasteiros” sempre pedem para ela cozinhar algo típico de Minas e dizem que é perceptível um toque diferente das demais.
“O pessoal dos outros estados e até os estrangeiros, quando vêm a Montes Claros, sempre saem daqui com aptidão pelo prato que comeu e me perguntam o que coloco pra ficar tão gostoso, e eu respondo que é o amor, a paixão pela culinária de Minas que faz toda a diferença, além da fartura de ingredientes que temos no estado”, diz, uma orgulhosa Andreia.