Geral

Pai trans sim, senhor!

Montes-clarense que ficou conhecido em todo país se prepara para mais um domingo especial

Larissa Durães
12/08/2022 às 21:41.
Atualizado em 14/08/2022 às 09:37
Rodrigo e Carine: casal trans foi notícia durante a gravidez e após o nascimento de Izabella Victória (Arquivo pessoal)

Rodrigo e Carine: casal trans foi notícia durante a gravidez e após o nascimento de Izabella Victória (Arquivo pessoal)

Para muitas pessoas, ser pai é quem contribui geneticamente com a ‘sementinha’. Não. Não é tão simples assim. É algo mais complexo. Envolve amor, proteção e cuidados. Vai além da genética ou do sangue.

E é assim na vida de Rodrigo Brayan da Silva, de 35 anos, pai trans que ficou conhecido, em todo Brasil, de uma forma ‘especial’, ele gerou a própria filha, Izabella Victória, há um ano e quatro meses. “Foi muito gratificante. Uma gratificação dupla: o de ser pai e de gerar ao mesmo tempo. Só quem vive, sabe como é”, disse, orgulhoso, Rodrigo, que neste domingo (14) vai comemorar o segundo dia dos pais ao lado da menina. 

Muitas crianças são criadas apenas pela mãe. Situação que também foi a de Rodrigo. “Sou adotado, minha mãe, que cuidou de mim, solo. Nunca tive a presença de um pai na minha vida. Isso sempre me pesou. Sempre quis um homem para chamar de pai, mesmo que não fosse o biológico. Mas que me desse aquele carinho e amor de pai. Por isto, pensava que quando tivesse um filho ou filha, iria ser o pai que nunca tive. Quero ser presente na vida da minha filha, para que ela não passe o que passei“. 

“Ser pai é algo muito importante, papel que pensei que nunca poderia dar conta de fazer, mas me enganei, porque estou achando maravilhoso a parte que me toca”.

MEDO DE NÃO DAR CONTA 
Não foi fácil assumir e encarar a paternidade. Incluía o medo de pensar que não daria conta, além de como a sociedade receberia. De como reagiria. 

“Esses fatores me fizeram pensar, será que vai? Vou conseguir? Será se vão me respeitar por eu ser quem eu sou? Essa foi a parte mais difícil”, relembrou.

Ser pai, para Rodrigo, é estabelecer um próprio código de afeto, um enigma que só o filho pode decifrar.

“É algo muito importante, papel que pensei que nunca poderia dar conta de fazer. Me enganei. Estou achando maravilhoso a parte que me toca”.  
 
REPERCUSSÃO NA INTERNET 
Rodrigo é casado com Ellen Carine, que também é trans. Contou que nos primeiros momentos da exposição da história do casal, recebeu, na internet, várias mensagens de pessoas que falavam várias coisas absurdas.  

“A princípio, quando estava ainda gerando, estava meio fragilizado, me doeu muito. Mas fui amadurecendo, dia por dia, e vi que aquilo ali não me acrescentava em nada, pois, eles falando ou não, eu estava fazendo o que acreditava ser o certo, pois, era o meu sonho se realizando e não ia deixar de realizar o meu sonho por coisas que algumas pessoas pensavam”

O conselho que Rodrigo gostaria de passar, de forma geral, tanto para os pais trans como héteros é de buscarem os seus sonhos. “Pois, não tem preço”, destacou.

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