Policiais militares do 10º Batalhão de polícia militar de Montes Claros, do 3ª batalhão de Diamantina, Ministério Público Estadual e Secretaria de Estado de Fazenda desarticularam ontem uma organização criminosa presente em diversas regiões de Minas, responsável pela fabricação, pelo comércio e consumo de quantidade significativa do carvão vegetal oriundo de matas nativas e utilizado por fabricantes de ferro-gusa, principalmente, por empresas localizadas nos municípios de Sete Lagoas e Bom Despacho, no Centro-Oeste de Minas.
Foram expedidos pela Justiça estadual 39 mandados de busca e apreensão com seqüestro de bens e valores e 26 mandados de prisão. As buscas foram feitas, simultaneamente, em Belo Horizonte, Betim, Sete Lagoas, Nova Lima, Bom Despacho, Curvelo, Diamantina, Capelinha, Minas Novas, Araçuaí, Novo Cruzeiro e Malacacheta, em indústrias de gusa, residências de sócios, intermediários e agenciadores de carvão e de servidores públicos envolvidos na organização criminosa.
Até as 10horas de ontem, 14 pessoas foram presas: quatro em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, três em Betim, cinco em Sete Lagoas, uma em Bom Despacho, uma em Nova Lima e uma em Curvelo. Em Capelinha, cidade considerada pólo do esquema, de onde saía grande parte das notas fiscais falsas, foi preso um dos principais responsáveis, Emilson Santos Rodrigues, de 47 anos. Segundo as investigações ele fabricava as notas falsas que eram negociadas principalmente com siderúrgicas. Também foram presos no município José Antônio Rodrigues e Ulisses Alves Pimenta.
Além das buscas e apreensões, também foram autorizados pela Justiça a quebra do sigilo bancário das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, o seqüestro de bens e valores da organização, bem como de saldos em contas bancárias, veículos, semoventes e imóveis, além da prisão dos chefes da organização criminosa. Além disso, serão nomeados, judicialmente, interventores para gerir provisoriamente os negócios e o patrimônio das empresas envolvidas na fraude.