O livro “O Recado de Deus” (Editora Caminhos Iluminados), lançado em julho deste ano pela escritora norte-mineira Marlene Cavalcanti, traz uma reflexão sobre o sentido da dor, da perda e, sobretudo, do amor. Provoca e instiga o leitor a vivenciar, por um lado, a saga de uma família diante de momentos de dor e até impotência; por outro, com o coração apertado e sofrido, mas com muita lucidez, a escritora mostra como foi o processo de aceitação e ressignificação dos momentos de provação. 

“Ninguém pode sair de um câncer do mesmo jeito que entrou. Sofrimentos e dores são podas, são correções e, muitas vezes, processos de purificação e santificação. Embora nos pareça uma dicotomia, isso deve ser entendido como um sinal do mais profundo amor, de quem verdadeiramente quer o bem. Cabendo, naturalmente, a quem recebe o chamado ou provação dar o significado aos acontecimentos. Deus não quer o nosso sofrimento, mas permite que ele aconteça, para o nosso próprio bem”, diz a escritora.

Assim, ao escrever a história da vida e missão da filha Sara, Marlene conta que foi uma forma de mostrar para as pessoas que passam pelo calvário de uma doença, seja ela qual for, que há um sentido em tudo que estão vivendo, que nada é por acaso, que somos peregrinos neste mundo e precisamos buscar entender, com os olhos da fé, que há um sentido sobrenatural em tudo que nos acontece aqui na Terra. 

“E para os cristãos, isso nada mais é do que dar continuidade ao sofrimento de cruz, por Jesus Cristo, para nossa salvação. E Ele ainda sofre por todos nós. 
 
Quem era Sara além do câncer?
Sara era uma criança normal como qualquer outra, porém de uma personalidade forte e de grande determinação. Foi muito feliz, apesar do sofrimento com o tratamento do câncer.

Como adquirir o livro?
Toda renda do livro “O recado de Deus” é destinada à construção do Hospital de Câncer Sara Albuquerque. E pode ser adquirido pelo endereço: fundacaosara.org.br/recadodedeus. 
 
Esse ano a Fundação Sara celebra quantos anos?
A Fundação Sara celebra bodas de prata (25 anos), neste ano de 2023. Entendemos e confiamos que a Fundação Sara é uma obra divina. Que Deus a tem conduzido durante todo esse tempo e continuará derramando suas graças por mais longos anos. 

Quais os maiores desafios em manter a obra?
A Fundação Sara foi instituída em 1998 e em 2010 a sua direção percebeu, ao revisar o Planejamento Estratégico, que oferecia aos seus assistidos e familiares uma assistência de qualidade, porém o índice de cura era, e ainda é, muito aquém do que acontece em grandes centros de referência do tratamento oncológico. Então, a melhoria do tratamento e, consequentemente, dos índices de cura, se tornou nosso grande desafio.
 
O que motivou a continuar a cuidar de outras crianças? E o que te motiva atualmente?
Creio que Deus foi plantando sementinhas em meu coração e do meu esposo, durante os quase dois anos de tratamento da Sara, ao depararmos com famílias em situação semelhante à nossa. Pais que não tinham as mesmas condições que a nossa e passavam por grandes dificuldades, pois o câncer além de causar muito sofrimento, também desestrutura todo o núcleo familiar.

O que me motiva atualmente é o amor que tenho por todas as crianças e adolescentes que passam pela Fundação. Amo-os como filhos adotivos. É também a certeza de que muito ainda precisa ser feito para que o tratamento em nossa região, em Minas Gerais, chegue aos parâmetros dos grandes centros de tratamento oncológico do Brasil. Com o apoio das pessoas de bem, dos parceiros, acredito que podemos mudar essa realidade. 

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