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Quinta-Feira,28 de Agosto

O que deu errado no tão esperado ‘Fallout 76’?

Apontado como uma das grandes apostas de 2018, game teve excesso de falhas

Marcelo Ramos
Publicado em 10/01/2019 às 06:42.Atualizado em 05/09/2021 às 15:57.

Não há dúvidas de que uma das grandes frustrações de 2018 foi “Fallout 76”. Falhas, erros de conexão, quedas de servidores e uma infestação de bugs quase jogaram uma das franquias mais legais do universo gamer na lama. E o que chama atenção é que no teste Beta o game rodou legal e o problema está justamente aí. Com poucos usuários, a estrutura parecia dar conta do recado, mas quando a legião de jogadores acessou o game, a coisa desandou. Mas os senões de “Fallout 76” vão além das questões técnicas.

O título foi planejado com uma proposta ousada. A Bethesda queria unir o universo da franquia com mapas gigantescos e uma bem-sucedida mescla de game de tiro com RPG (que se tornou padrão em grandes produções), com uma experiência on-line massiva. Na prática, era fazer o que “GTA Online” faz de forma brilhante. Mas não deu certo.

Certamente a empresa se estimulou pelo excelente desempenho de “Fallout Shelter”, game simples em que o jogador precisa administrar um abrigo “Vault” como se fosse “SimCity”. Mas “76” é uma aposta bem mais complexa, e o pior: não é de graça, partindo de R$ 230.
 
SEM RUMO
“Fallout 76” é um game que oferece um cenário imenso, repleto de instalações degradadas e criaturas mutantes para que os jogadores construam uma nova civilização. A ideia é legal, mas mal executada. Apesar de o jogador se orientar por missões que o obrigam a explorar o grande mapa, muitas vezes você fica vagando sem ter um objetivo pleno.

Uma das atribuições do game é construir um abrigo. Trata-se de um mecanismo herdado de “Fallout 4”. O jogador deve coletar insumos como madeira, metais, plásticos, assim como diagramas de fabricação. Construir seu barraco permite ter um porto seguro para recuperar energia enquanto dorme e afastar inimigos sorrateiros, mas não gera interação.

Aliás, interação é um termo paradoxal em “Fallout 76”. Durante as dezenas de horas de jogo, várias vezes cruzei com diversos jogadores que não se interagem. Ninguém está muito interessado em formar parcerias para fazer missões juntos. Não há “BFF” no game.

Pelo contrário, é cada um por si. O máximo que pode acontecer é um jogador deparar com outro sendo atacado por uma criatura e ajudar no combate. Mas também não é raro você estar cercado e seu “colega” ficar apenas assistindo para depois saquear seus espólios.
 
JOGABILIDADE
O game segue o mesmo padrão de jogabilidade de “Fallout 4”, o que é bom. Alternância de câmera para primeira ou terceira pessoa, acesso ao assistente pessoal, Pip-Boy e sistema de combate VATS (em que o jogador utiliza pontos de desempenho para ter melhor desempenho das batalhas) são elementos que acompanham a série desde “Fallout 3”.

Para sobreviver, o jogador precisa buscar recursos revirando corpos, lixeiras e escombros. Munição, armas, insumos de fabricação, medicamentos, comida, água, estão escondidos pelo jogo. O problema é que muitas dessas buscas demandam conexão com servidores, e nem sempre eles funcionam direito.

Outro problema está na dinâmica dos combates. Muitas vezes os comandos demoram a ser executados devido a uma letargia entre o dispositivo e o computador da Bethesda. Esses atrasos são extremamente irritantes.
 
FISIOLOGIA
Nas edições antigas de “Fallout”, o jogador deveria se preocupar com a barra de energia, nível de radiação no corpo, munição e medicamentos. No novo game, o jogador precisa de comida e água. Quanto maior a fome e a sede, menor será seu fôlego e reposição dos pontos de vida. Além disso, a elevação da radiação pode provocar mutações.
 
PONTO FINAL
Apesar de todas as falhas, ainda sigo estimulado a jogar “Fallout 76”. Afinal, tenho uma relação próxima com a franquia, desde os episódios originais, produzidos pela Interplay nos anos 1990.

“Fallout 3”, assim como “New Vegas” e “Fallout 4” figuram na minha lista de games obrigatórios, da mesma forma que “Skyrim”. Mas é impossível não reconhecer que a megalomania do projeto acabou fazendo dele um jogo menor.

A falta de um objetivo principal, em função do livre arbítrio do jogador, é tido como uma das grandes falhas do jogo. Uma pena!

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