Menor diz que estava sendo ameaçado e


que atirou para não morrer

O menor J.A.S.N. de 16 anos, acusado de tentar contra a vida de um velho conhecido pelos meios policiais, Adimilson Alves Fernandes, vulgo Nem Galinha, e seu irmão Ademilson Alves Fernandes, foi encaminhado na noite de sábado 6, para o Ciansa – Centro de internação do adolescente infrator Nossa Senhora Aparecida de Montes Claros.





O menor que prestou depoimento na delegacia e alegou que estava sendo ameaçado pelos irmãos Fernandes e deve ficar recolhido no Ciansa por 45 dias, de acordo com a decisão do juiz de plantão, Frederico do Espírito Santo, que acatou o pedido de recolhimento do delegado de plantão, Leonardo Esteves Miranda.





A dupla tentativa de homicídio foi registrada em duas ruas movimentadas do Bairro Morrinhos e do Centro por volta de 11h30min de sábado. Segundo a polícia militar, o menor, que tem três passagens registradas, armado com um revólver de calibre 38 especial da marca Taurus, e com numeração raspada, efetuou três tiros contra Nem Galinha, 39 anos, que mora no Bairro Santa Rita e que já tem 12 passagens cadastradas nos meios policiais. O fato aconteceu na Rua Melo Viana, Bairro Morrinhos, próximo ao Mercado Sul.

PERSEGUIÇÃO E MAIS TIROS





Ainda segundo o boletim de ocorrências, o menor teria tentado fugir, sendo perseguido por parentes de Nem Galinha que presenciaram a tentativa de homicídio. No cruzamento das ruas Doutor Veloso e General Carneiro, no Centro, os parentes de Nem Galinha conseguiram alcançar o menor que imediatamente disparou dois tiros acertando o pintor, Ademilson Alves Fernandes, 42 anos, conhecido como Buca, na perna direita abaixo do joelho. Os dois homens atingidos pelo menor foram encaminhados ao hospital da Santa Casa onde passaram por cirurgias.





Em contato com a Santa Casa, na tarde de ontem, O Norte apurou que os irmãos Fernandes estão se recuperando bem dos ferimentos, mas que não há previsão de alta hospitalar.

APREENSÃO





O menor que estava com um corte na cabeça foi apreendido por policiais militares nas proximidades da rua Doutor Veloso e encaminhado ao hospital Aroldo Tourinho.





Com o acusado foi apreendido o revólver utilizado nas tentativas de homicídio com seis cartuchos, sendo cinco deflagrados e um intacto. Após ser medicado o menor foi conduzido à delegacia de plantão, onde confessou possuir passagens nos meios policiais por furto e por tentar matar Nem Galinha em outras ocasiões, também por causa de ameaças de morte que recebeu do desafeto.





Abaixo, trechos do depoimento do menor ao delegado de plantão Leonardo Esteves de Miranda.

ERA A MINHA VIDA OU A DE NEM GALINHA





- Nem Galinha sempre passava lá na minha casa procurando por Rapazim e passou a me ameaçar porque não tava encontrando quem ele queria. Na sexta-feira, finquei sabendo por Gordo que Nem Galinha estava me procurando perto da minha casa armado com uma pistola. Gordo mandou que eu saísse fora porque desta vez Nem Galinha ia me matar. No sábado fui ao mercado sul e quando tava voltando vi Nem Galinha que me chamo. Para minha segurança, voltei na minha casa e peguei o revólver 38 e retornei onde ele me chamou. Quando aproximei de Nem percebi que ele tava armado, tentei desarmá-lo, mas como não consegui, disparei três tiros contra ele acertando na boca, na cabeça e no tórax. Depois sai correndo em direção ao Centro e fui perseguido pelos irmãos de Nem. Próximo da Rua Doutor Veloso recebi uma paulada nas costas e virei para traz e atirei uma vez. Acertei a perna de Buca, irmão de Nem Galinha, e sai correndo, mas quando cheguei perto da delegacia de furtos e roubos fui detido pelos policiais militares, encaminhado para o hospital Aroldo Tourinho e depois para a delegacia de plantão. Era a minha vida ou de Nem – relatou o menor.