O MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra promete não dar trégua ao governo Lula durante o segundo mandato do presidente, que se inicia em 2007.
De acordo com João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento, os primeiros quatro anos do governo petista deixaram a desejar no setor de reforma agrária. Uma das estratégias de pressão, segundo ele, será a ocupação de prédios públicos.
- Os movimentos sociais vão de ter de ir pra luta. Vão ter de fazer o que deixaram de fazer nesses quatro anos. A ordem é essa: ocupar prédios públicos. Vamos aumentar o enfrentamento e a crítica ao governo, coisa que não fizemos nestes primeiros quatro anos - disse Rodrigues.
DÍVIDA SOCIAL
Segundo João Paulo Rodrigues, a relação com o governo Lula é boa, mas não será isso que fará a diferença nas negociações.
- Nós do MST vamos ajudar a potencializar todas as lutas, no campo e na cidade. O que orienta a nossa prática vai ser um programa e não mais as boas relações que nós temos com o governo Lula. Então o Lula vai ter de fazer uma escolha – disse, acrescentando que o governo Lula estaria devendo para os movimentos sociais e que na reforma agrária a dívida continua grande.
RELATÓRIO
Relatório sobre os direitos humanos no Brasil em 2006 avalia que entre janeiro e agosto os números das ações dos movimentos sociais e os números da violência no campo diminuíram.
De janeiro a agosto do ano passado, 29 pessoas foram assassinadas no campo. No mesmo período deste ano, foi registrada a queda de 18,7% em número de mortes.
O número que mais cresceu foi o de prisões, que teve um acréscimo de 351,20%. Esse número se explica pela prisão dos militantes do MLST - Movimento de Libertação dos Sem Terra, depois da invasão do prédio da câmara dos deputados. Os dados são da Comissão da Pastoral da Terra.
