Remédios para a alma

Missão de apoio emocional completa dez anos em hospitais de Montes Claros

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 23/04/2025 às 21:02.
 (Divulgação)
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Em meio aos corredores silenciosos e cheios de esperança de um hospital, há pessoas que caminham com um propósito maior: espalhar cuidado, escuta e amor. São os voluntários da Missão Hospitalar da Igreja Batista Esperança e Vida, que dedicam tempo e coração para levar conforto a quem mais precisa.

“Não é sobre o que oferecemos, mas sobre o que aprendemos a cada visita”, disse o capelão Luiz Henrique da Silveira, que há dez anos coordena a equipe da ação solidária. Para ele, a missão não é sobre levar ajuda, mas sobre levar esperança, cuidado e humanidade a quem mais precisa.

“Nada disso seria possível sem o empenho de cada voluntário, do apoio de meus colegas profissionais de saúde que nos acolhem nesses momentos com tanto carinho. Estamos aqui para somar e para servir. Que essa missão nos transforme, tanto quanto esperamos transformar o dia daqueles que vamos encontrar”, disse.

Elquia Prado é assistente social do Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (HCMR). Ela diz que o trabalho missionário acalenta os corações. “São momentos de conforto, carinho, música, palavra amiga e principalmente orações. Tudo isso gera cura, portanto, o trabalho é fundamental e importante para o processo de saúde do corpo, mente e alma. Somos gratos à equipe e temos certeza de que fazem a vida de muitos pacientes e familiares internados aqui no Hospital Mário Ribeiro”, declara a assistente.

Já Renata Lúcia Fonseca dos Santos, assistente social do Hospital Dilson Godinho (HDG), o trabalho missionário hospitalar desempenha um papel fundamental na promoção do bem-estar integral de pacientes, familiares e também dos profissionais da saúde. “Muito além de uma presença simbólica, ele oferece conforto espiritual e emocional nos momentos mais delicados — marcados por dor, medo e incertezas — por meio de palavras de fé, escuta ativa e gestos de acolhimento”, disse.

Para Simone dos Reis Lima, assistente social do Hospital Universitário Clemente de Faria, a equipe missionária oferece empatia e acolhimento. “Acompanhei de perto, enquanto ouvidora, e vi milagres. São casos e casos. A gente vê uma melhora significativa na vida das pessoas. Tem a equipe médica, assistencial, a enfermagem, administrativa, operacional e, claro, o trabalho desse grupo traz esse apoio valioso”, conta.
 
CONSOLO E ESPERANÇA
Maria Lúcia Bandeira Silva, 57 anos, viúva, é daquelas mulheres que, na cozinha, carregam o mundo com leveza. Acorda cedo, põe a água para ferver e já vai separando os ingredientes do pão de queijo. A cozinha, para ela, é um lugar de afeto, e o cheirinho do pão de queijo quentinho sempre anuncia que a casa está viva.

Mas o que pouca gente sabe é que, entre as fornadas e panelas, Maria Lúcia também tem outro chamado: a missão no hospital.

“Já tive várias experiências com voluntariado em ambientes hospitalares. Quando morava em Taiobeiras, a minha casa era na rua do hospital. Eu costumava ajudar aqueles pacientes que precisavam de apoio quando estavam internados. Fui me apegando a esse serviço voluntário. Atualmente faço parte dessa equipe missionária que semeia palavras que tocam profundamente o coração dos enfermos”, diz.

Em um mundo cada vez mais corrido e digital, esses voluntários escolhem parar, olhar no olho e simplesmente estar junto. Para a especialista em desenvolvimento humano e organizacional Andrea Cardoso, voluntária do projeto, isso é, talvez, a maior cura que alguém pode receber.

“O que mais me motiva a ser parte deste projeto lindo, de pessoas que se dispõem do seu tempo em favor daqueles que estão acometidos por alguma enfermidade, é a possibilidade de ser luz. É uma alegria levar a palavra de Deus aos pacientes num momento de vulnerabilidade, porque a doença causa dor e sofrimento. E como disse Jesus em Tiago 5:15, a oração feita com fé curará o doente e o Senhor o levantará. Poder experienciar esta palavra através do projeto Missão hospitalar traz muito alento e alegria ao meu coração”, afirma.

Quem também é voluntária do projeto é a empreendedora Isabel Cristina Nascimento Campos, que falou sobre uma experiência marcante que teve em uma das visitas.

“Em um dos momentos em que orava por uma paciente, que estava ligada nos aparelhos de monitoramento, soube que no mesmo dia ela teve uma melhora significativa e recebeu alta. É uma alegria indescritível participar da ‘Missão Hospitalar’. Isso tem um impacto significativo em minha vida. Dar suporte emocional aos pacientes anunciando o evangelho de Cristo e orar por eles é gratificante. Isso me traz cura também. É algo que levamos e recebemos em dobro para nossas vidas”, revela.

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