(Michelle Guirlanda/divulgação)
A assistência e a reintegração social de portadores de hanseníase, desenvolvidas em Minas, vão servir de base para uma política nacional. O trabalho, feito pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), será levado ao Ministério da Saúde pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).
A atuação da rede pública estadual foi citada como modelo a ser seguido por vários palestrantes que estiveram no Encontro de Gestores de ex-Hospitais Colônias de Hanseníase, em Betim, na Grande BH, no último fim de semana. Participaram do evento profissionais de nove estados, totalizando 17 instituições.
O chefe de Gabinete da Presidência da Fhemig, Fernando Eduardo Carvalho, apresentou dados das quatro casas de saúde administradas pela fundação - Santa Izabel (Betim), Padre Damião (Ubá, na Zona da Mata), Santa Fé (Três Corações, no Sul de Minas) e São Francisco de Assis (Bambuí, no Centro-Oeste).
As quatro unidades ocupam juntas uma extensão territorial de 10 milhões de metros quadrados. Elas abrigam uma população de 14 mil pessoas, entre descendentes de ex-pacientes e demais moradores, incluindo os 516 ex-pacientes de hanseníase remanescentes da antiga colônia.
Diante desse quadro, a direção da Fhemig desenvolveu, gradativamente, o chamado Lar Inclusivo. “A Fhemig vem empregando todos os esforços para a melhoria das condições de saúde de toda a comunidade das casas de saúde de Minas Gerais”, afirmou Fernando Carvalho.
DIRETRIZES
As diretrizes adotadas pela Fhemig incluem a incorporação de todas as ex-colônias ao Sistema Único de Saúde (SUS) – já efetivada em Minas –, a criação de uma política para patrimônio histórico das instituições, execução de ações que promovam a reintegração da comunidade aos municípios que sediam as unidades e a regularização fundiária.
“Atualmente, não existem mais pavilhões, mas lares inclusivos. Promovemos a autonomia e a independência dos usuários, libertando-os do modelo rígido de uma unidade hospitalar, o que, na maioria dos casos, não tem mais sentido”, disse o assessor Tiago Possas, da Fhemig. Possas lembrou que existe uma escala de cuidado de acordo com a necessidade de cada usuário, que varia de “robusto” a “frágil”, conferindo-lhes atenção adequada.