Imagine uma tomada de decisão em políticas públicas baseada em análises de dados cruzados, que indiquem não só o que ocorre, mas também o que pode ocorrer no futuro.

Esse é um dos potenciais do Data Lake MG — iniciativa do Governo de Minas, desenvolvida e operada pela Companhia de Tecnologia da Informação de Minas Gerais (Prodemge-MG). A plataforma permite consolidar dados brutos, estruturados ou não, em um único ambiente acessível e analítico.

Regulamentada pelo Estado pelo decreto 49.009, de 2025, a solução pode ser utilizada para fornecer uma base sólida para análises descritivas, diagnósticas e preditivas, explica André Alves Ferreira, diretor de Soluções Digitais de Governo da companhia e um dos responsáveis pela implantação da Base Integrada de Segurança Pública (Bisp), considerado o primeiro repositório data lake de Minas, em operação desde 2022.

“O Data Lake-MG permite a centralização e o armazenamento de diversos tipos de dados — estruturados (como tabelas e planilhas), semiestruturados (como logs) e não estruturados (como imagens, vídeos e documentos de texto)”.

Ferreira esclarece que tais dados, após tratamento e análise, servem como insumo para geração de insights, apoio a decisões e construção de soluções inovadoras.

“O Data Lake pode alimentar modelos preditivos, que permitem antecipar cenários e identificar tendências com base em padrões históricos”, descreve.
 
O QUE ESPERAR
Com o Data Lake MG, a Prodemge passa a democratizar ainda mais a análise de dados, o que significa torná-los acessíveis e compreensíveis para diferentes níveis de gestão e áreas de atuação, permitindo que todos — desde tomadores de decisão até profissionais operacionais — possam utilizá-los de forma integrada e estratégica.

O diretor de Soluções Digitais destaca que a prática de prever cenários tem sido essencial para responder a questões como “o que aconteceu?”, “por que aconteceu?” e, futuramente, “o que pode acontecer?”, promovendo uma gestão baseada em evidências.
 
BENEFÍCIOS
Com a adesão de mais órgãos à solução, o Data Lake poderá servir como base para análises cada vez mais avançadas, como predições, simulações e avaliações de impacto.

“A área de segurança pública é um exemplo. Com o uso de ciência de dados e modelos preditivos, será possível antecipar locais e horários com maior probabilidade de incidentes, otimizando o emprego do efetivo, reduzindo custos e aumentando a eficácia das operações”, detalha.

Outro benefício é a possibilidade de integrar diferentes fontes de dados em um ambiente comum, ação que fortalece a cultura e possibilita mais autonomia dos usuários finais na criação de soluções para demandas específicas.

O especialista em tecnologia da informação encerra, afirmando que essa evolução poderá tornar as ações mais assertivas e proativas, gerando resultados mais eficazes e uma gestão mais eficiente em políticas e serviços públicos. 

Em Minas, já existem projetos de Data Lake em Segurança Pública, Educação, Trânsito e Transporte; Previdência e Assistência à Saúde; Justiça e Advocacia Pública; Planejamento e Gestão Pública e Gestão Municipal (prefeituras).