entrevista

Luma Vidal: de Montes Claros ao Egito Antigo em ‘A Vida de Jó’

Atriz mineira compartilha desafios e emoções ao interpretar Ahmés

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 29/07/2025 às 19:00.
 (Acervo pessoal)
(Acervo pessoal)

Nascida em Montes Claros, Luma Vidal deu seus primeiros passos no teatro ainda criança, no tradicional grupo Oficinato, sob a direção de Aldo Pereira. Mudou-se para a capital paulista aos 18 anos, onde concilia a carreira de atriz com projetos na área da comunicação. Formada em propaganda e marketing, Luma tem passagem pela televisão, cinema, teatro e publicidade, além de ter coordenado importantes campanhas políticas como estrategista de comunicação. Recentemente, foi confirmada no elenco da nova série bíblica da Record TV, “A Vida de Jó”, onde interpreta a personagem Ahmés. A estreia está marcada para o dia 15 de agosto no Univervideo e, em setembro, será exibida na Record (TV aberta).
 
Como surgiu o convite para integrar o elenco da nova série bíblica da Record TV?
Recebi o convite por meio de testes realizados com a direção da Seriella Productions e da Record TV. Já havia feito outras participações na casa, mas esse projeto tinha algo especial desde o início. Quando li o perfil da Ahmés, senti uma conexão imediata. Foi um processo criterioso e, ao ser aprovada, vivi um misto de gratidão e responsabilidade.
 
O que mais te atraiu na personagem Ahmés?
A complexidade. Ela é egípcia, vive em uma cultura diferente dos hebreus, mas constrói uma relação profunda com Raquel e com a fé da casa de Jó. É uma mulher prática, espirituosa, ao mesmo tempo, profundamente sensível. Ahmés tem uma força silenciosa que me comove.

Como foi o processo de preparação para viver essa mulher egípcia em um contexto tão denso e histórico?
Contamos com uma preparadora de elenco incrível, a Fernanda Guimarães. Estudamos aspectos culturais, comportamentais e espirituais da época. Mergulhei na história do Egito antigo e, ao mesmo tempo, trabalhei muito a escuta, porque Ahmés é uma personagem que observa o mundo e sente antes de reagir.
 
Que desafios encontrou na construção emocional de Ahmés?
O maior desafio foi sustentar a leveza e a intuição dela em meio a tanta dor. A história de Jó é sobre perdas e provações. Ahmés está grávida, longe de sua terra, e mesmo assim consegue ser um pilar para Raquel. Não era sobre heroísmo, mas sobre empatia real. Quis construir essa força sem estereótipos.
 
O que o público pode esperar da relação entre Ahmés e Raquel na trama?
Uma amizade potente e verdadeira. Elas formam um elo genuíno de resistência. Raquel sofre profundamente com as perdas, e Ahmés se torna não só amiga, mas quase uma irmã, com quem ela compartilha dúvidas, dores e fé. 
 
Você começou ainda criança no Oficinato, em Montes Claros. Que memórias guarda dessa fase e como ela te formou como atriz?
Guardo com profundo carinho. O Oficinato foi minha escola de vida. Ali aprendi que teatro é coletivo, que ensaio é sagrado e que a arte pode transformar realidades. Em Montes Claros construí minhas bases: disciplina, afeto e paixão pela atuação. 
 
Como você enxerga sua evolução artística desde os primeiros trabalhos até hoje? 
Vejo uma trajetória de amadurecimento e ampliação de repertório. Aprendi a não controlar tanto as emoções em cena, mas a deixar que elas me encontrem. Hoje, trabalho com mais escuta e menos ansiedade. Sempre temos o que aprender e isso é o que me move. 
 
Como foi trabalhar no filme “A Despedida”, sob direção de Marcelo Galvão?
Foi especial. Marcelo é generoso e exigente, na medida certa. O set era uma aula viva de cinema. Eu era muito jovem, e aquele ambiente me ensinou sobre ritmo, escuta e entrega diante da câmera. 
 
Você já atuou na TV, cinema, teatro e publicidade. Qual dessas linguagens mais te desafia? E qual mais te encanta? 
O teatro me desafia porque é ao vivo, sem cortes. Já o cinema me encanta pela poesia do detalhe. Amo todas as linguagens, mas talvez o palco ainda seja meu lugar mais visceral. 
 
De que forma sua vivência como atriz contribuiu nesse trabalho de comunicação estratégica? 
A escuta ativa, a compreensão de narrativas, o olhar para o outro. Tudo isso veio da atuação. Entender o “personagem político” e seu público-alvo exige sensibilidade cênica e inteligência emocional. 
 
Quais são seus próximos projetos? Pode adiantar algo para o público?
Além da série na Record, estou escalada em outras duas séries épicas, da produtora em São Paulo onde sou agenciada, e também estou desenvolvendo um projeto totalmente autoral para o audiovisual (escrevendo o roteiro e também produzindo). Além disso, continuo à frente da Auge Comunicação, minha agência de marketing e PR, mas com foco mais seletivo. 

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