Da Redação





Prometida desde a campanha eleitoral rumo à primeira administração do presidente Luís Inácio Lula da Silva, a Sudene – Superintendência de desenvolvimento do Nordeste foi finalmente criada ontem, quinta-feira, com a publicação do ato oficial no Diário Oficial da União. Foi também sancionada a lei que recria a Sudam – Superintendência de desenvolvimento da Amazônia. Ambas foram extintas em 2001, no governo Fernando Henrique Cardoso, sob acusação de fraudes e corrupção.

Desde então, lideranças políticas e empresariais do Nordeste, do Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, do Espírito Santo e da Amazônia vêm lutando pelo retorno das superintendências de desenvolvimento, argumentando a importância de ambos para o incremento do progresso e a redução das desigualdades sociais.





Nesse período, foram criadas agências de desenvolvimento que não atenderam as pretensões das áreas econômicas das regiões abrangidas pelos órgãos extintos por FHC. No Norte de Minas, Montes Claros concentrara a implantação de dezenas de indústrias, criando um boom desenvolvimentista principalmente nas décadas de 1960/70.





Nos anos seguintes, empresários inescrupulosos que se apoderaram dos incentivos fiscais proporcionados pelo Finor – Fundo de investimentos do Nordeste fecharam as empresas, levando os dólares e deixando para trás galpões e maquinários sucateados. Montes Claros ficou conhecida, então, como o cemitério das indústrias.





Nos anos 1990, alguns desses galpões foram recuperados, remodelados e transformados em escolas de nível superior, a exemplo dos antigos Cortnorte, Passonorte, Transit e Metalúrgica Norte de Minas, hoje abrigando a Funorte – Faculdades Unidas do Norte de Minas e as Faculdades Santo Agostinho. Outro galpão, onde funcionava a fábrica de biscoitos Aymoré, está sendo transformado em indústria de medicamentos genéricos.





A recriação da Sudene traz de volta ao Norte de Minas e ao Vale do Jequitinhonha a esperança de crescimento industrial e a retomada do progresso, tendo Montes Claros como principal pólo regional de desenvolvimento.