entrevista

Luiza Clara: a jovem voz que une tradição e modernidade

Da Igrejinha dos Catopês à bossa pop: uma trajetória musical autêntica

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 09/09/2025 às 19:00.
 (Carolina Viana)
(Carolina Viana)

Nascida em Belo Horizonte, mas com raízes profundas em Montes Claros desde os dois anos, Luiza Clara, de 21 anos, é uma jovem talentosa que vem conquistando seu espaço no mundo da música. Cresceu em um ambiente de rica tradição cultural, próximo à Igrejinha dos Catopês, onde a vivência cotidiana com a comunidade e a música pop feita no norte de Minas moldaram seu estilo único.

Ao longo dos anos, ela foi se aprimorando e se inspirando nas influências locais, até se tornar uma promessa da música, levando sua voz marcante e sua autenticidade para novos horizontes. Nesta entrevista, Luiza Clara compartilha um pouco sobre sua trajetória, suas influências e o que está por vir em sua carreira com o lançamento de seu primeiro single, na próxima sexta-feira (12), que ela define como bossa pop, voltado especialmente para o público jovem.
 
Luiza, você cresce cercada pela música em Montes Claros. Como essa vivência influenciou a artista que você é hoje?
A vivência em Montes Claros foi essencial para minha formação como artista, porque cresci no centro da cidade, em uma casinha atrás da Igreja do Rosário. Estive sempre presente nas festividades da região, principalmente nas festas de agosto com minha família.Com o tempo, fui percebendo que a música e a cultura eram fundamentais na minha vida. Sempre vi as produções artísticas com encantamento e admiração, e isso me influenciou demais no processo de me tornar artista. Foi algo que aconteceu de uma maneira muito natural e bonita.
 
Seu pai, André Águia, foi uma figura importante na sua formação musical. Como é essa artística entre vocês?
A relação artística que tenho com meu pai é muito especial. Ele é uma grande inspiração, uma referência como músico, cantor e pessoa. Aprendi e aprendo muito com ele de forma simples e natural, porque a música sempre esteve presente em nossa casa todos os dias. Compartilhamos sonhos, compomos juntos e com ele e meu irmão tive a minha primeira banda: El Ninho, e isso me traz um sentimento profundo de alegria.
 
Você se lembra de como foi subir no palco pela primeira vez ou gravar com somente oito anos?
Lembro daquele dia com muito carinho. Tenho flashes da música, das luzes no meu rosto, das pessoas ao meu redor. Como eu já acompanhava meu pai em shows, foi um acontecimento muito especial, mas que já fazia parte da minha vida. Hoje, olhando para trás, percebo o quanto aquela produção foi importante para a minha carreira.
 
Como você descreveria sua identidade musical hoje? O que é o “bossa pop” que você apresenta no seu primeiro single?
Com o lançamento desse single, eu marco meu início como cantora e compositora. É um trabalho autoral feito com muito carinho e dedicação. Eu o identifico como bossa pop, por unir a bossa nova a uma roupagem mais pop que dialoga com a nossa geração. Esse ritmo tem muito a ver comigo e com as músicas que gosto de ouvir. Sempre imaginei esse single como uma representação do que já venho fazendo nos shows, onde canto pop, bossa nova, samba rock e samba. Agora, trago essa proposta autoral para o palco, e em breve pretendo apresentar mais canções no meu álbum de estreia.
 
Como foi trabalhar com o produtor João Pastor nesse projeto? Como ele contribuiu para o som final?
O João Pastor foi essencial na produção. Lembro de ter enviado algumas composições, e ele se encantou de imediato com Nada Demais. Conseguiu traduzir, através dos arranjos e da produção musical, um estilo que tem tudo a ver comigo e com o início da minha carreira. Trabalhar com ele foi maravilhoso, tivemos muita sintonia e tenho certeza de que faremos muitas outras produções juntos. Além dele, o guitarrista André Oliva (da Outra Banda da Lua) trouxe ainda mais brasilidade à canção, ajudando a traduzir meu estilo como artista.
 
O que esse lançamento representa para você na sua carreira?
Esse lançamento é o mais importante da minha carreira até agora. Já faço shows há algum tempo e poder lançar uma música autoral ao mundo é muito mais que especial. Sou profundamente grata e espero que seja apenas o início de uma carreira construída com amor, dedicação e carinho.
 
Que artistas te inspiram hoje, tanto da MPB quanto do cenário pop atual?
Minhas influências refletem quem sou e o que gosto de escutar. Sempre ouvi os mestres da música brasileira, como Gilberto Gil, Djavan, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Na adolescência, fui marcada por artistas como Pink Floyd e Beatles, que moldaram meu gosto musical. Hoje, também admiro artistas da geração atual, como Billie Eilish, Marina Sena e Laufey, que me inspiram muito. Canto aquilo que me faz bem, porque acredito que a música precisa, antes de tudo, me emocionar e fazer sentido, para poder tocar outras pessoas. Além de tudo isso, tenho a honra de ter crescido na terra da música norte-mineira e pude participar da regravação do álbum dos 50 anos do Grupo Raízes, uma grande referência para mim.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por