A Operação Lava Jato rastreia os valores movimentados pelo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua empresa de palestras, a LILS Palestras, Eventos e Publicações. Criada para que o ex-presidente (réu desde a semana passada por supostos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no escândalo Petrobrás) pudesse dar palestras, a LILS movimentou entre 2011 e 2015 um total de R$ 52,3 milhões.

A Lava Jato passou a investigar a LILS depois que identificou que R$ 9,9 milhões recebidos pela empresa tiveram como origem seis empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobrás: Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC. As suspeitas da Lava Jato são que os pagamentos por palestras realizadas por Lula a partir de 2011 podem ter ocultado propinas do esquema de cartel e desvios nos contratos da estatal.

Além da empresa de palestra, estão sob investigação as doações e contribuições feitas para o Instituto Lula. O ex-presidente apresentou documentos para comprovar que realizou as palestras para qual foi contratado. Segundo o Instituto Lula, que registrou publicamente todos os serviços, foram 72 palestras, ao custo de US$ 200 mil cada.