Gissele Niza
Repórter
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Representantes de órgãos e entidades de combate à violência contra a mulher que se organizaram para pedir justiça contra os crimes praticados contra mulheres hoje no fórum Gonçalves Chaves, durante o julgamento do engenheiro mecânico Fernando Lucas Osório Carmargos, 46 anos, acusado de ter matado a ex-esposa e nutricionista da Santa Casa Elizabeth de Lourdes Trovão, 34 anos, com cinco facadas, sairão do local com uma notícia nada agradável: o julgamento foi adiado pela 5ª vez consecutiva.
O julgamento, que estava marcado para hoje após quatro adiamentos, sendo que três deles a pedido do advogado de defesa do acusado, Lúcio Adolfo da Silva, que informou previamente à justiça que teria audiências em outras comarcas nas mesmas datas; e a última, no dia 24 de outubro, quando a promotora Raquel Batista teve um problema de saúde, ainda não tem data para acontecer.
Segundo o juiz da vara de execuções penais e presidente do tribunal do júri, Marcos Antônio Ferreira, na tarde de ontem o advogado do acusado enviou comunicado a justiça de Montes Claros informando que não poderia participar do julgamento porque fez uma cirurgia odontológica para retirada do dente ciso.
Ainda segundo o juiz, nova data será marcada na manhã de hoje.
ADIAMENTOS
A primeira data do julgamento tinha sido marcada para o dia 18 do mês de maio passado, a segunda para o dia 30 do mesmo mês, a terceira para a última semana de setembro.
No dia 24 de outubro, mulheres de vários órgãos e entidades que lutam no combate à violência contra as mulheres se reuniram com a família da nutricionista na porta do fórum e, utilizando cartazes, faixas, fotos e velas clamaram por justiça.
O crime bárbaro que tirou a vida da nutricionista, que tinha dois filhos, um deles tetraplégico, chocou a população que, mesmo após um ano, se lembra com tristeza e indignação do caso.
O CRIME
O crime brutal aconteceu por volta das 18h50 do dia 30 de julho de 2005, quando o engenheiro Fernando Lucas matou a nutricionista, sua ex-esposa Elizabeth de Lourdes Trovão, 34 anos, com cinco golpes de faca, em sua residência, no Bairro Sagrada Família. Na época do crime, testemunhas afirmaram que, antes de matar a ex-mulher, Fernando tinha passado em sua residência e, como não a encontrou, retornou mais tarde quando, após uma discussão, gritos de socorro foram ouvidos pelos vizinhos.
Ao entrar na residência de Elizabeth, vizinhos a encontraram nos braços de Fernando, agonizando até a morte. Ainda segundo os vizinhos, após matar a esposa, o próprio assassino ligou para a polícia militar.
Testemunhas afirmaram, na época do crime, que Fernando Lucas não aceitava o rompimento do namoro com a nutricionista e preferiu matá-la a vê-la feliz sem ele.
Os vizinhos se revoltaram com o engenheiro e quebraram seu carro, um Ford KA vermelho.
