No dia 20 de novembro deste ano, portanto, a dez dias de sua morte, O Norte publicou reportagem em que o locutor e presidente da Associação dos moradores se dizia orgulhoso de morar no Bairro Cidade Cristo Rei, conhecido como Feijão Semeado. Contradizendo todos os preconceitos existentes contra o local, Farley José de Souza mostrava as potencialidades de moradores do bairro que se revelam como talentos, participando de atividades artísticas e culturais de Montes Claros e região.
Otimista ao extremo, Farley criticava os que criticam o Feijão Semeado e elogiava a solidariedade existente entre os 1.574 moradores e 388 crianças de zero a 12 anos, inclusive quando tinham de fazer uma vaquinha para atender alguém doente ou em vias de morrer.
Foi assim, combatendo a violência e pregando a paz, sempre colocando a cultura em primeiro lugar, que Farley foi assinado na noite de quinta-feira, 30, juntamente com sua filha Lívia Maria Rocha de Souza, 12 anos, causando revolta entre os moradores. A ordem de execução teria partido de dentro do cadeião e a polícia está estudando várias hipóteses, mas não tem uma pista concreta.
O certo é que Moc perdeu mais um jovem que lutava contra a violência exatamente no local onde ela é praticada com mais assiduidade na quinta cidade de Minas.
