O final de semana foi marcado por uma onda de violência em Montes Claros. Na manhã de sábado, dois ônibus do transporte coletivo urbano foram incendiados. Segundo a Polícia Militar, o ataque pode ter sido uma retaliação à greve dos agentes penitenciários iniciada no sábado, que suspendeu as visitas nos presídios.
Na noite de sábado, também houve um início de rebelião na penitenciária de Francisco Sá, onde os detentos atearam fogo em colchões e danificaram celas de um dos cinco pavilhões da unidade. Não houve uso de armas e nenhum preso ficou ferido.
Por precaução, as empresas suspenderam o serviço de transporte coletivo, que retornou parcialmente durante o fim de semana, com escolta policial em todos os veículos e segurança reforçada nos pontos finais das linhas. Os agentes penitenciários suspenderam a greve e as visitas aos detentos foram realizadas normalmente no domingo.
O racismo também marcou os registros policias no fim de semana, em Montes Claros. Após comprar o presente do dia dos namorados para a esposa, um homem e o filho foram abordados por policiais fortemente armados na saída de uma joalheria.
Após a revista e verificarem que os dois eram apenas clientes, os policiais se desculparam e explicaram que haviam sido acionados por uma vendedora assim que eles entraram na loja porque ‘achava’ que eles pareciam suspeitos. Nas redes sociais, a esposa relatou a história e sua indignação pelo racismo e preconceito sofrido pelo marido e o filho que, segundo ela, mesmo sendo trabalhadores honestos e honrados, foram julgados e condenados pela cor da pele (negra).
Foto: G1 |
Dois ônibus de transporte coletivo urbano foram incendiados neste sábado (11) em Montes Claros. A suspeita é que a ordem tenha partido de dentro do Presídio Regional da cidade, por presos que estariam insatisfeitos com a suspensão das visitas por causa da greve dos agentes penitenciários. Desde a tarde de sexta-feira (10), pelo menos oito tumultos foram registrados em unidades prisionais de Minas.
De acordo com o sargento Eduardo Freitas Mota, do Corpo de Bombeiros de Montes Claros, o primeiro ônibus foi incendiado por volta das 6h, quando estava parado no ponto final, no Bairro Maracanã, região sul. O motorista foi rendido por um homem armado que o obrigou a descer enquanto ele ateava fogo no veículo. Por volta das 16h, os bombeiros foram novamente acionados para apagar o fogo em um ônibus, dessa vez no Bairro Vila Sion II, que ficou totalmente destruído.
Em nota, a PM informou que reforçou o patrulhamento em todos os itinerários de transporte coletivo, assim como em seus pontos finais de parada, “com a finalidade de resgatar a sensação de segurança da população e das pessoas envolvidas com o transporte coletivo na cidade”.
Os agentes penitenciários decidiram suspender o movimento e deflagraram o chamado “estado de greve”, ou seja, estão vigilantes para que as reivindicações não sejam perdidas, mas, ao mesmo tempo, dando sua contribuição para um clima mais tranquilo e seguro para a população montes-clarense, como ressaltou em nota emitida pelo sindicato.