
Picapes médias flex estrearam no mercado por volta de 2007. A primeira opção foi a Chevrolet S10, de primeira geração. Apesar do preço mais agressivo, nem todos os fabricantes aderiram aos motores que consomem álcool ou gasolina.
Atualmente, apenas S10, Ford Ranger e Toyota Hilux contam com motores que podem ser abastecidos com derivado da cana. Entre elas, a versão SRV 2.7 4x4 da japonesa.
Trata-se da opção que figura no segundo degrau da hierarquia do utilitário japonês, com preço sugerido de R$ 140.990. O preço dessa picape assusta, ainda porque se aproxima com versões turbodiesel de rivais como a VW Amarok e da própria versão de entrada da Hilux diesel (com caixa manual) que sai por R$ 142 mil.
No entanto, trata-se de um preço com pacote fechado e não um valor que pode sofrer alterações na medida em que o cliente inclui conteúdos opcionais.
Entre os ítens de série estão bancos forrados em couro, ar-condicionado digital, multimídia (que ainda ostenta leitor de CD) e partida sem chave que fazem dele um carro de passeio montado sobre um pesado chassi. Apesar de cara, essa versão é bem mais acessível que as diesel. As opções com caixa automática variam de R$ 161.560 a R$ 207 mil.
BOA DE NEGÓCIO
A Hilux fechou 2018 como a picape média mais vendida do país, com 39.278 unidades licenciadas, segundo a Fenabrave. Só não vendeu mais que a Fiat Toro (R$ 58.477), que se posiciona em um degrau abaixo da japonesa.
O sucesso dessa Toyota se dá pela robustez e confiabilidade. Realmente é um carro que impressiona quando colocada à prova em terrenos acidentados. Ela sacoleja, torce para um lado, torce para o outro, mas não titubeia.
São fatores decisivos para quem precisa gastar muita grana numa caçamba e não num modelo de luxo.
Toyota Hilux SRV 2.7 4x4
O que é?
Picape de porte médio e cinco lugares.
Onde é feita?
Produzida na unidade de Zárate (Argentina).
Quanto custa?
R$ 140.990
Com quem concorre?
A Hilux flex concorre apenas com Ford Ranger Limited 2.5 4x2 flex (R$ 128.670) e Chevrolet S10 LT 2.5 4x4 flex (R$ 126.290).
No dia a dia
A Hilux SRV flex surge como uma opção para o consumidor que busca uma picape com muito conteúdo, mas não pode pagar por uma similar com motor turbodiesel. Para usar como utilitário, a versão deixa a desejar: a caçamba tem boa profundidade e fácil acesso.
No uso urbano ela sofre com os mesmos dramas que qualquer outra picape de seu porte. Dificuldade de encontrar vagas devido ao seus 5,31 metros de comprimento. As manobras são menos arriscadas graças à câmera de ré, mas não conta com sensores sonoros.
O acabamento da versão não oferece grandes refinamentos, apesar de contar com revestimento dos bancos, volante e alavanca de transmissão em couro. Fora isso é plástico duro mesmo. Afinal, trata-se de uma picape pensada para o trabalho, em que um acabamento delicado pode se danificar com facilidade.
Sua lista de equipamentos é farta e inclui ar-condicionado digital com saída de ar central para os bancos traseiros, direção hidráulica, trio elétrico (vidros, travas e retrovisores elétricos), banco do motorista com ajuste elétrico de distância, inclinação e altura, computador de bordo com tela de 4,2 polegadas de TFT, multimídia Toyota Play de sete polegadas (GPS, TV Digital, DVD, rádio, USB, CD, MP3, câmera de ré e Bluetooth). Ela ainda conta com acendimento automático dos faróis, partida sem chave, retrovisor eletrocrômico, luz de condução diurna (DRL), sete airbags e controles e estabilidade (ESP) e tração (A-TRC), assistente de reboque e faróis de neblina.
Motor e transmissão
O motor 2.7 de 163 cv e 25 mkgf não faz feio diante da excelente unidade diesel dessa japonesa. Apesar de menor torque, ela sobra em potência e não fraqueja quando está com a caçamba carregada.
Como bebe?
Abastecido com álcool, a unidade testada registrou média de 4,5 km/l no combinado entre trajeto urbano e rodoviário. Trata-se de um consumo elevado, mas compreensível quando se trata de um utilitário de duas toneladas.
Suspensão e freios
A suspensão da Hilux não foi projetada para acariciar os ocupantes, mas para garantir que ela atravesse qualquer terreno. Independente na dianteira e com eixo rígido e feixe de molas na traseira, a picape passa por cima de tudo, sem pensar no conforto. No asfalto não chega a comprometer, mas é bom não abusar nas curvas rápidas, pois como toda picape, a traseira tende a escapar, mesmo com o auxílio do ESP. Já os freios usam discos na dianteira e tambores na traseira, e contam com distribuição de carga.
Pontos positivos
Robustez
Conteúdo
Conjunto mecânico
Pontos negativos
Conforto
Consumo
Preço