Ferramenta digital

Hemocentro de MOC ganha prêmio por IA que aumenta doações de sangue

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 02/10/2025 às 19:00.
O Coordenador do projeto, Leandro de Freitas Teles, e o aluno de Ciências da Computação Luis Henrique Fernandes Vieira, vão receber o prêmio no Congresso Nacional de Hematologia e Hemoterapia (EMOM) (arquivo pessoal)
O Coordenador do projeto, Leandro de Freitas Teles, e o aluno de Ciências da Computação Luis Henrique Fernandes Vieira, vão receber o prêmio no Congresso Nacional de Hematologia e Hemoterapia (EMOM) (arquivo pessoal)

O projeto “Avaliação da Tecnologia Cocaptadora de Sangue: Foco em Melhoria e Expansão”, desenvolvido pelo Hemocentro Regional de Montes Claros, será premiado em 31 de outubro durante o Congresso Nacional de Hematologia e Hemoterapia (EMOM), em São Paulo. A iniciativa inovadora busca enfrentar um dos principais desafios do sistema de saúde brasileiro: a baixa taxa de doação de sangue, que em 2023 atingiu somente 1,6% da população, bem abaixo dos 3% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O coordenador do projeto, Leandro de Freitas Teles, detalhou a tecnologia utilizada: “Ele utiliza inteligência artificial para aumentar a captação de doadores. Assim como recebemos ligações e mensagens de bancos, estamos usando essa tecnologia para o bem, por meio de ligações telefônicas, mensagens de WhatsApp e chamadas de vídeo em larga escala. Isso nos permite alcançar mais pessoas e fidelizar doadores.”

Teles destacou a eficácia da estratégia diante do crescimento da demanda por sangue, que não acompanha o ritmo das doações devido à complexidade dos critérios e à falta de interesse. Entre janeiro e junho de 2025, a ferramenta digital foi responsável pela captação de 615.960 doadores em Minas Gerais, com 138.117 contatos via WhatsApp e 477.614 por e-mail, resultando em mais de 8.200 pessoas que compareceram às unidades para doar sangue.

O desafio, no entanto, permanece significativo. “Enquanto a necessidade por hemocomponentes cresce aproximadamente 1% ao ano, a oferta aumenta apenas 0,7%, cenário que pode comprometer o tratamento de pacientes e impactar diretamente a qualidade de vida da população”, afirmou Teles.

O aluno de Ciências da Computação Luis Henrique Fernandes Vieira, integrante do projeto, explicou que a iniciativa foi desenvolvida pelo pessoal de tecnologia da informação do Hemocentro. “O primeiro desafio foi seguir a Lei Geral de Proteção de Dados, garantindo todas as questões éticas. Outra questão é o custo, a ferramenta não é barata, então precisamos cuidar para que ela seja eficiente sem gerar ônus excessivo. Além disso, precisamos garantir que a população, ao receber uma mensagem, saiba que ela é confiável e possa clicar com segurança, transformando essa interação em um doador efetivo”.

A segurança dos dados também é prioridade. “Estamos atentos a qualquer tentativa de fraude ou roubo de dados. Se não chega nenhum aviso, é porque está tudo legal e monitorado”, acrescentou Luis Henrique.

Leandro Teles reforçou a importância da doação como um ato de solidariedade e cuidado com a vida. “A doação de sangue é importante porque hoje a gente doa para os outros, mas amanhã podemos precisar. É um ciclo. Cada doação é um ato de altruísmo que salva vidas. Se o componente doado atende a um caso específico, pode salvar até quatro vidas em potencial. A doação de amanhã tem a missão de atender toda a demanda, que cresce a cada dia”, concluiu.

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