entrevista

Felicidade Patrocínio apresenta sua mais recente obra literária

Adriana Queiroz
genteideiascomunicacao@gmail.com
Publicado em 04/02/2025 às 19:00.
 (Léo Queiroz)
(Léo Queiroz)

Felicidade Patrocínio finaliza o livro “História das Artes Plásticas de Montes Claros”, aprovado no edital cultural Paulo Gustavo, classificado em segundo lugar na categoria “Outras áreas” regional. A obra abrange desde a arte rupestre de 8.500 anos nas cavernas locais até a produção artística atual, fruto de 40 anos de pesquisa intensiva. O lançamento está previsto para uma exposição de arte que destacará as obras mencionadas no livro, preservando a memória artística da cidade.

Você está concluindo “História das Artes Plásticas de Montes Claros”. Conte-nos um pouco sobre o livro.
No momento, estou concluindo, de minha autoria, e já está em fase de diagramação, o livro. Trata-se de um projeto que submeti ao edital cultural Paulo Gustavo e no quesito “Outras áreas” foi o 2º classificado na região. É o registro ilustrado de toda a história das Artes Plásticas de Montes Claros, desde a arte rupestre de 8.500 anos atrás nas lapas da cidade até a arte produzida no momento. O livro é resultado de muita pesquisa de campo, bibliográfica, virtual, entrevistas, críticas de arte, artigos de livros e revistas, observação e arquivamento de documentos ao longo de 40 anos. Um verdadeiro e completo documento para a memória local que já estava se perdendo. Será lançado numa grande exposição de arte contendo obras que o livro assinala.

Quais são os temas, conceitos ou abordagens que você explora em seu trabalho? Como descreveria seu estilo artístico e suas principais influências?
No meu trabalho de arte sempre houve um insight, uma intuição, quase inconsciente, voltada para a simbologia afro-indígena-brasileira. Resultante de símbolos e formas que habitam o meu inconsciente, armazém da minha ancestralidade e que aparecem espontaneamente no traço do meu entalhe na cerâmica. Também as influências folclóricas, muito forte no meu DNA mental desde a infância. Completo, neste ano (2025), 46 anos de dedicação às Artes Plásticas. Fiz deste exercício a minha profissão. Quanto à Literatura, completa agora 27 anos que lancei meu primeiro livro.

Como artista, você acredita que as políticas culturais dialogam com o universo no qual você está inserida?
Desde maio de 1995, com a nova regulamentação da lei de Incentivo à Cultura proposta por artistas, produtores culturais, empresários e tributaristas, acolhida pelo presidente da república na época, houve uma reação de estímulo em direção ao diálogo. Foi uma bandeira abraçada pela Associação dos Artistas Plásticos de Montes Claros, atenta e em busca de possibilidades para as manifestações artísticas. No entanto, os benefícios dessa lei só começaram mesmo a se manifestar nos editais Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que começam a atender, ainda que em parte, as necessidades do mundo da arte e cultura. Embora tardios, são importantes estes benefícios, pois, ao homem, não é possível viver na civilização e, ao mesmo tempo, fora das artes, pois o seu conjunto, a cultura, exerce desde sempre papel fundamental na educação, na formação cidadã, enfim no desenvolvimento de uma nação. Nunca existiu uma sociedade de humanos, mesmo as mais primitivas, que não tenha praticado alguma arte. Foi o processo de simbolismo da arte que nos conferiu o status de humanos. 

Quais artistas você considera importantes no norte de Minas?
Montes Claros é, de fato, um celeiro de artistas, isto se verá no livro da História de suas Artes Plásticas e assim o norte de Minas. Aqui há arte para todo gosto, principalmente se for apurada. Todos são importantes, cada um com sua técnica e sua simbologia. Alguns se destacam mais em épocas diferentes. Reverencio a todos. Citaria como grandes exemplos o inesquecível Konstantin Christoff pela beleza da sua arte leve e pela reflexão que motiva suas séries filosóficas: A Via Sacra, a Autoretratologia e outras. O Raymundo Colares, internacionalmente conhecido pela genialidade e ineditismo de sua obra, e a primeira dama da arte mineira também montes-clarense Yara Tupynambá pela beleza, historicismo e gigantismo de sua obra.

Previsão de quando o livro ficará pronto?
O livro “História das Artes Plásticas” deverá ficar pronto até o final de abril e será lançado na primeira semana de maio. Terá uma tiragem de 500 exemplares e 100 destes serão dedicados às escolas e bibliotecas. Será um documento precioso para a memória das artes plásticas da cidade.

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