A arte de contar histórias por meio de cores, formas e texturas ganha vida em Montes Claros. Até o dia 30 de outubro de 2025, a Associação de Artistas Plásticos de Montes Claros apresenta a exposição “História em Telas”, no Montes Claros Shopping. Com cerca de 23 obras, entre pinturas, esculturas e bordados, a mostra reúne artistas como Adriana Santos, Catarina Machado, Rose Andrade, Petter Frank, entre outros, que, através de suas criações, expressam suas trajetórias pessoais e experimentações artísticas. Para entender mais sobre o conceito da exposição, o cenário artístico regional e os caminhos da arte em Minas Gerais, conversamos com Hélio Brantes, artista visual e um dos organizadores do evento.
O que motivou a criação da exposição “História em Telas”?
A exposição “História em Telas” é fruto de uma parceria entre a Associação de Artistas Plásticos de Montes Claros e o Montes Claros Shopping Center. Nosso propósito é permitir que o público, ao interagir com as obras, reconheça nossos estilos, nossas trajetórias e o caminho artístico que cada artista percorre.
Qual o principal objetivo da mostra para o público de Montes Claros e região?
A Associação de Artistas Plásticos de Montes Claros expressa, por meio da arte, muito do que esta sociedade representa: suas bandeiras, seu perfil e seus valores. Nossa produção reflete um sentimento artístico elevado, capaz de traduzir a identidade cultural e social de Montes Claros e região.
Como foi o processo de curadoria das obras que estão sendo expostas?
Buscamos selecionar obras que, na produção individual de cada artista, compusessem um conjunto expressivo e coerente. O critério principal foi respeitar as características pessoais de cada criador, assegurando a autenticidade e a diversidade estética da mostra.
Quais os critérios para seleção dos artistas e das obras apresentadas?
A exposição reúne artistas integrantes da Associação de Artistas Plásticos de Montes Claros, desde nomes já conhecidos até jovens talentos. Essa diversidade reflete nossa preocupação com a renovação e a continuidade das artes visuais em nossa cidade.
Como a exposição valoriza a diversidade artística e cultural da cidade?
Na curadoria, optamos por um tema abrangente que permitisse contemplar a pluralidade da produção dos artistas da associação. Assim, cada obra traduz a trajetória e as características de seu autor, revelando histórias pessoais e coletivas por meio das telas.
Quais linguagens artísticas estão mais presentes nas obras desta edição?
A partir dos anos 1980, o neoexpressionismo trouxe uma linguagem que dialoga profundamente com a dinâmica do nosso tempo: imagem, expressão e movimento. Essa influência é perceptível nas obras apresentadas, que revelam conexões com nomes como Godofredo Guedes e Konstantin Christoff, refletindo a riqueza e a diversidade da produção artística montes-clarense.
Que aspectos pessoais ou regionais os artistas trouxeram em suas obras?
Cada artista carrega em sua criação um repertório de vivências e experiências locais. Essas referências são traduzidas em linguagens contemporâneas por meio da pintura, da escultura, de assemblagens, de colagens ou do bordado, conferindo autenticidade e identidade às obras.
Alguma obra ou artista se destacou por trazer uma abordagem especialmente inovadora?
A mostra é marcada pela harmonia. Cada artista se destaca por sua singularidade, expressando sua personalidade artística dentro de sua linguagem, resultando em um conjunto plural e equilibrado.
Qual o papel da Associação de Artistas Plásticos de Montes Claros na produção cultural da cidade?
A Associação tem como missão fortalecer a classe artística, promovendo a união de seus associados e o diálogo constante com a sociedade e seus representantes. Nosso compromisso é lutar pelo reconhecimento e pela valorização da arte local.
Que tipo de apoio os artistas recebem da associação ao longo do ano?
Lutamos diariamente por apoio. Participamos, por exemplo, do Leilão do Rotary Leste, que nos contempla sempre com uma porcentagem da arrecadação. As leis de incentivo à cultura também nos oferecem oportunidades para submeter projetos e ampliar nossas ações. No entanto, ainda sentimos falta de apoio para a realização de exposições, confecção de cartazes, convites e envio de materiais. É lamentável que há anos não tenhamos salões de arte em Montes Claros como o CAAPS, o Arte Boi, o Salão do Pequi, entre outros, uma ausência incompatível com o título de “Cidade da Arte e da Cultura”.
Que outras iniciativas a associação pretende realizar nos próximos meses?
Dentro de nossas possibilidades, pretendemos elaborar novos projetos para submissão às leis de incentivo à cultura, oficinas de formação dos artistas e organizar novas exposições que mantenham viva a produção artística da cidade.
Qual a importância de eventos como esse para o fortalecimento da arte local?
As exposições são oportunidades ímpares para o diálogo entre artistas e público. Ao apreciar uma obra, o espectador reflete sobre a cultura, a existência e os desafios da vida contemporânea. Esse encontro alimenta o crescimento coletivo e fortalece o campo artístico local.
O que o público pode esperar vivenciar ao visitar a exposição?
Esperamos que o público reflita sobre nossa cultura e perceba que a arte é um tempero essencial da existência. Ela ilumina o cotidiano, abre janelas de possibilidades e enriquece nossa forma de ver o mundo e nossa alma.