Depois de seguir em escalada crescente desde fevereiro do ano passado, as exportações mineiras tiveram uma queda de 10,8% em junho frente a maio, fechando em US$ 1,82 bilhão. O recuo reflete, em parte, a retração do dólar no período e o baixo preço de commodities como o minério de ferro no mercado internacional.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a queda nas exportações foi um pouco menor, de 4%.
- Se pensarmos que a diferença com junho do ano passado é bem menor, podemos dizer que ainda não há uma reversão de tendência - afirma a pesquisadora visitante da Fundação João Pinheiro, Jane Noronha Carvalhais.
As perspectivas para o ano ainda são de uma balança comercial positiva. Em junho, ela ficou em US$ 1,27 bilhão, segundo dados divulgados ontem pela Exportaminas, braço da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).
O que faz com que a balança comercial se mantenha positiva, mesmo com as exportações em queda, é o pior desempenho das importações, que fecharam junho em US$ 550,5 milhões no Estado. O valor é 3,3% inferior a maio e 35,3% frente ao mesmo período de 2015.
A menor entrada de produtos estrangeiros no Estado, no entanto, não é fruto de um aumento das vendas do que é produzido no país. Pelo contrário, demonstra uma retração do mercado mineiro, segundo Jane.
Diante do risco de outras quedas nas exportações, há um esforço do governo do Estado para a abertura de novos mercados.
- Os mercados tradicionais têm colaborado para a manutenção do superávit mineiro, mas o governo de Minas Gerais também tem investido na atração de novos parceiros comerciais como Portugal e Suíça, importadora de ouro e pedras preciosas, ferro-ligas e ferro fundido - afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fábio Cherem.
Atualmente, o principal comprador de produtos mineiros é a China, com participação de 31,6%, graças à alta demanda de minério de ferro. Em seguida, os Estados Unidos, com 12,5% do total.