A Escola Estadual João de Freitas Neto, localizada no bairro Morada do Parque, em Montes Claros, prestou uma homenagem à artista plástica Luana Z na última quinta-feira (23), com uma exposição de suas obras realizada no local. O evento destacou o talento e a trajetória da artista, que compartilhou com alunos e professores um pouco do seu processo criativo e de sua história com as artes visuais. Durante o bate-papo, a artista, os alunos e os convidados também discutiram o tema da acessibilidade na arte.

“Falamos sobre como é essencial que a arte seja um espaço onde todos possam ver, sentir e participar. Acredito que, quando abrimos esse diálogo, a arte se torna realmente viva e inclusiva. Ser recebida pelos alunos foi uma emoção profunda! Ver minhas obras inspirarem releituras tão sensíveis e criativas me fez compreender, mais uma vez, que a arte ganha novos sentidos quando compartilhada. A forma como os alunos se apropriaram do preto e branco, transformando-o em expressão, em Cerrado, em cuidado, foi simplesmente linda. Saí dessa experiência com o coração repleto de gratidão e inspiração. O que antes era o meu mundo preto e branco colorido agora se tornou nosso, um lugar compartilhado, plural e cheio de sentidos”, disse a artista.

A diretora da escola, Maria das Dores Alencar Dias, destacou que a trajetória de Luana Z inspira os alunos ao mostrar a força da arte como expressão e valorização da cultura local.

“É possível realizar sonhos por meio da arte. Todos participaram com muito entusiasmo, unindo alunos, professores e funcionários em apresentações e atividades em homenagem à artista. A Luana foi muito bem acolhida por todos e retribuiu com muito carinho”, afirmou.

Para Maria das Dores, a homenagem incentiva e amplia o interesse dos alunos pela arte, além de estimular o desenvolvimento de novos projetos.

“Eles passam a acreditar em seu próprio potencial e a assumir papéis de protagonistas”, completou.

Já a professora de artes Daniele Cristine Martins de Oliva Jesini explicou que a ideia do projeto “A Arte do Preto e Branco” surgiu a partir de um estudo sobre a arte popular do cordel e da xilogravura.

“Essas manifestações sempre me encantaram pela força estética e pela profundidade cultural. Ao apresentá-las aos alunos, percebi o interesse e a curiosidade deles, e então nasceu o desejo de transformar o estudo em uma exposição. Buscamos como referência o trabalho da artista Luana Z, que utiliza o preto e branco com muita expressividade, trazendo um diálogo contemporâneo com essas tradições”, contou.

Sobre o principal objetivo do projeto, Daniele destacou a importância de mostrar o papel transformador da arte, valorizando os artistas locais.

“Queríamos incentivar os alunos a compreenderem a arte como expressão, identidade e forma de transformação social”, afirmou.

A professora explicou que o processo de preparação, desde a escolha do tema até a montagem da exposição, levou cerca de três meses, envolvendo pesquisas, estudos teóricos e práticas artísticas.

“Durante esse período, os alunos aprenderam sobre composição, contraste, técnicas de gravura e elementos visuais. A montagem da exposição foi realizada em dois dias, com a participação ativa dos alunos sob minha orientação e supervisão. Tivemos também o apoio de professoras de Língua Portuguesa e de outros professores colaboradores, o que enriqueceu o projeto de forma interdisciplinar”.

Daniele contou ainda que participaram da iniciativa os estudantes do 6º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental II, com foco na disciplina de Arte, mas com o envolvimento de outras áreas do conhecimento.

Sobre a contribuição do projeto para o aprendizado e o desenvolvimento artístico dos alunos, a professora ressaltou: “O projeto proporcionou vivências práticas e reflexivas sobre o papel da arte na sociedade. Os alunos puderam experimentar técnicas, desenvolver a criatividade, trabalhar em equipe e compreender como a arte se manifesta em diferentes contextos culturais. Além disso, aprenderam sobre acessibilidade na produção artística e a importância de tornar a arte algo presente no cotidiano das pessoas”.