Mesmo com uma injeção de R$ 561 milhões por parte da União no caixa da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), referente a uma das oito parcelas que a empresa receberá por ter renovado a concessão das Cemig Transmissora, a receita líquida da estatal despencou 11,8% no segundo trimestre de 2016 na comparação com igual período do ano passado, fechando em R$ 4,7 bilhões. O desempenho do lucro líquido foi ainda pior, com queda de 62,2%, fechando em R$ 202 milhões no mesmo período.
Enquanto os números da estatal derretem, o endividamento vai às alturas. Segundo apresentação realizada à imprensa ontem, a dívida líquida total somou R$ 7,4 bilhões. Somente para este ano, a companhia tem R$ 3,092 bilhões a pagar. A relação dívida líquida sobre geração de caixa (Ebitda), que reflete a capacidade da companhia de honrar seus compromissos financeiros, em junho era de 3,3 vezes. O número é melhor que o do trimestre anterior, quando ultrapassou 4 vezes, mas ainda está acima do que é permitido pelo estatuto da empresa, de uma dívida no máximo duas vezes maior que a geração de caixa.
No caso da Cemig, os juros também são altos. De acordo com o mesmo relatório, o custo médio da dívida já batem 15,7% ao ano.
A solução encontrada para reduzir a dívida é fazer o inverso do trabalho realizado pela administração anterior, baseado na compra de ativos e ampliação da empresa. Agora, a estatal está focada na venda das subsidiárias que não fazem parte do core business. Ou seja, tudo o que não for distribuição, geração e transmissão. Entre elas, a menina dos olhos Taesa e a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig).
O grande negócio da Gasmig, teoricamente, seria a extração do gás natural na bacia do São Francisco. A Cemig participou de consórcios de prospecção, mas a viabilidade da exploração comercial ainda não foi declarada. (Fonte: Hoje em Dia)