
“Os desafios são muitos e constantes, escrevo para colocar para fora algumas reflexões e angústias existenciais”. Essa é a declaração do escritor de Mocambo Firme, município de Montes Claros, Renilson Durães, que recentemente lançou seu segundo livro, “Persona Paradoxo”. O evento ocorreu na Taberna da Glória, no Rio de Janeiro, um ponto de encontro tradicional para políticos e artistas. Entre os convidados estavam figuras notáveis como o compositor e cantor Nélio Torres, o diplomata e poeta Márcio Catunda, o professor, poeta e artista visual Tchelo d’Barros, além do professor, poeta e crítico literário Luiz Otávio Oliani. Também marcou presença o multifacetado Jorge Ventura, conhecido por suas habilidades como escritor, roteirista, editor, ator, jornalista e publicitário.
“Como foi lançado pela Ventura Editora do Rio de Janeiro, tivemos o primeiro lançamento na capital carioca com ótima receptividade no meio de poetas e outros artistas, o que me deixou bastante motivado”, diz Durães que fará em fevereiro o lançamento em Montes Claros em local ainda não definido.
Para a escritora Karla Celene, que escreveu o prefácio do livro, Renilson é a representação poética dos que buscam, dos que insistem. “Dos que caem, dos que se levantam. Dos que deliram, dos que sofrem. Dos que ora se despem em lágrimas por vales obscuros, ora despejam gargalhadas ao vento. Dos que se angustiam, dos que celebram. Dos que vivem, morrem e renascem. Paradoxalmente a bailar ‘a dança dos opostos’; a vivenciar ‘a luz e a sombra dentro de nós’ e a desdobrar-se entre ‘o amor que nos salva e a paixão que nos adoece’. Poeticamente Renilson, transcendentalmente Renilson, para quem a suficiente não basta’. Metamorfose ambulante que somos, persona paradoxo sejamos”, diz a escritora e professora norte-mineira Karla Celene.
MULTITAREFADO
Funcionário aposentado da prefeitura de Montes Claros, Renilson Durães atualmente ministra aulas de ioga para uma associação de terapeutas no salão de festas da Maçonaria Acácia Montes-clarense e se dedica a literatura. “Meu primeiro livro foi ‘Dourado e Rubro’. Antes não tinha nenhuma pretensão de lançar livro de poesia; foi na pandemia, como muitos de nós, tive que inventar algo. Aí surgiu o livro muito mais sucinto e mais ‘bem-comportado’”, diz.
Para Renilson, são muitos os desafios e que nem sempre teve a intenção de publicar. A escrita, para ele, é como uma autoanálise. “Hoje, tornou-se muito mais difícil alcançar leitores devido ao advento das redes sociais. Mas procuramos fazer como arte de resistência, como no caso da imprensa escrita”, declara.
Sobre o mercado editorial para os novos autores, o escritor conta que praticamente não há para os iniciantes. “Seja talvez necessário participar de antologias e fazer de forma independente. Na maioria das vezes, fica inviável pelo custo sempre alto das editoras”, diz.
E a respeito dos próximos projetos, adianta que, após lançar o livro em Montes Claros, Belo Horizonte e São Paulo, vai se dedicar ao “Navio de Cruzar Deserto”, um recital poético musical com os amigos Bob Marcílio, Macim da Gaita e Wagner Rocha. “Já apresentamos por algumas vezes e estamos buscando recursos para levar o trabalho em vários locais, como escolas, faculdades e em outras cidades também”, comenta.