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Diversas vozes convergem para destacar a importância do riso

Alexandre Fonseca
Publicado em 06/11/2023 às 23:38.
 (Freepik)

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Nesta última segunda-feira (6), foi comemorado o Dia Nacional do Riso. Para muitos, o riso, a linguagem sonora e gestual do humor, é um dos melhores remédios para os males do corpo e também da alma humana. “Os centros cerebrais que regulam o riso são os mesmos que controlam as emoções, o medo e a ansiedade”, analisa o professor de pediatria da Universidade de Siena, na Itália, Carlo Valerio Bellieni, em um artigo da BBC. Além disso, completa Bellieni, “a liberação do riso rompe o estresse ou a tensão de uma situação e enche o corpo de alívio”.

Reconhecido por sua personalidade incrivelmente bem-humorada, o professor de inglês de Montes Claros, Jeferson Viana Ruas, considera o humor como arte, energia e válvula de escape. “O humor é algo super necessário para que possamos aliviar a carga do cotidiano, das responsabilidades que precisamos carregar. O humor serve também como um alívio para algum tipo de dor espiritual e física, ou sentimental. O humor é necessário, porque ele é um remédio que faz você aguentar e suportar um pouco mais a vida, suportar mais as coisas que você enfrenta e que vai enfrentar”, comenta Ruas.

As observações de Bellieni corroboram com a perspectiva do professor de inglês, uma vez que, segundo o médico, “o humor também pode melhorar a pressão sanguínea e as defesas imunológicas, além de ajudar a superar a ansiedade e a depressão”.

Apesar das controvérsias sobre a real eficácia do humor como “remédio”, para a psicóloga norte-mineira, Bruna Louise Fonseca, rir é um “risco” que vale a pena correr, pois só temos a ganhar com ele. “O que não se pode negar é o efeito terapêutico de uma boa risada sincera. O riso tem o poder de diminuir os hormônios responsáveis pela ansiedade, medo, estresse e aumenta os hormônios de bem estar e prazer como, endorfina, serotonina e dopamina. Sorrir pode não ser um remédio, mas traz bons momentos de alegria e alívio da tensão”, analisa Fonseca. 

“A sociabilidade também é beneficiada com o sorriso, abrindo novas possibilidades de conhecer e relacionar com pessoas. Estar com as pessoas amadas contribui para que haja mais momentos de risadas e bem estar físico e emocional”, completa a psicóloga. 

De acordo com o filósofo francês, André Comte-Sponville, na obra Pequeno tratado das grandes virtudes (1995), o humor é capaz de transformar a tristeza em alegria, a desilusão em comicidade e o desespero em alegria. Além disso, o humor também é capaz de desarmar a seriedade e, “por isso mesmo, o ódio, a cólera, o ressentimento, o fanatismo, o espírito sistemático, a mortificação, até mesmo a ironia”.
 
O RISO COMO PROFISSÃO
Safroa Reguilida tem se estabelecido como um dos ícones do humor em Montes Claros, no Norte de Minas. Inspirado por uma vizinha peculiar de sua avó, há mais de um quarto de século, o personagem ganhou vida pelas mãos talentosas do ator Leonardo Ribeiro, que habilmente realça os trejeitos hilariantes da figura.

“Eu costumava imitar a voz dela, a conversar como ela. Nisso, fui brincando, eu já fazia teatro na época, na escola, daí de tanto imitar essa dona Cota, minha tia sugeriu criar uma personagem. ‘Você se veste de mulher em um casamento?’, irmão dela, um tio meu. Disse que me vestia. Daí, ela pegou e aproveitou o nome do açafrão, meu nome veio daí, porque a gente não podia colocar o nome igual para a família da pessoa não achar ruim. ‘Vamos colocar seu nome de Safroa Reguilida’, foi ela que deu o nome” relata o humorista sobre a história da personagem. 

A partir daquele dia, Safroa ganhou mais vida: participou de peças escolares e profissionais, feiras e eventos empresariais da cidade, e acabou integrando até um canal fechado de Montes Claros. Sua habilidade em arrancar risos de forma espontânea acabou se transformando em sua profissão. “No dia a dia, eu sou uma pessoa bem humorada em tudo. Na minha vida eu sou uma pessoa bem humorada, exceto quando me tira do sério, porque a gente também não é de ferro. Mas, eu gosto de viver na graça. Tudo eu quero fazer graça, tudo eu quero fazer piada, tudo eu quero brincar, porque as coisas ficam mais leves”. 

Quando questionada sobre a sensação de arrancar risos de alguém, Safroa é unânime em sua resposta: é uma sensação verdadeiramente maravilhosa. “Quando a gente sente que a piada deu certo, quando a gente sente que as pessoas estão rindo do que a gente tá fazendo, quando a gente joga a piada e que ela voltou, e que a pessoa se sente tocada com aquilo, é maravilhoso. A satisfação é gigantesca. Além disso, é um gás também, porque quando você vê que as pessoas estão gostando é uma resposta. É maravilhoso”, diz. 

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