Vida mais longa e saudável para os pacientes. Com esse lema, profissionais de saúde de todo o Brasil pretendem diminuir os impactos da osteoporose no país. Motivos não faltam. A doença já é considerada um problema de saúde pública e atinge 10 milhões de pessoas, das quais 200 mil morrem em conseqüência de complicações ocasionadas por fraturas.
- A situação poderia ser diferente se o diagnóstico fosse precoce. É ele que vai impedir a progressão da osteoporose e permitir tratamentos mais simples e eficazes - alerta o reumatologista Boris Cruz, diretor científico da Sociedade Mineira de Reumatologia.
Segundo ele, investimentos em informação ainda são os melhores remédios contra a doença. Se o paciente conhece os fatores de risco, adotar uma dieta rica em cálcio e de praticar exercícios físicos é ótimo e torna possível impedir a progressão da osteoporose já instalada ou o seu aparecimento. Como se trata de uma doença silenciosa e praticamente assintomática, principalmente nos estágios iniciais, a osteoporose deve ser encarada ainda com mais cuidado por pessoas que apresentam fatores de predisposição.
Se os fatores de risco não forem observados e as devidas providências não forem tomadas, os sinais da osteoporose aparecerão tardiamente, muitas vezes, junto com fraturas, explica o médico.
PREVENÇÃO
Para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, a única saída é tratar o problema antes das complicações. Estudos recentes mostram que 51% dos casos de osteoporose culminam em fratura de fêmur, considerada a mais séria. Outro problema é a falta de adesão aos tratamentos. Segundo pesquisa da International Osteoporosis Foundation, 80% dos pacientes abandonam o tratamento antes de um ano.
Entre as principais causas apontadas estão: a inconveniência do tratamento – já que existe a necessidade de tomar o medicamento em jejum e manter-se ereto por 30 minutos após a ingestão – e os efeitos colaterais, além do próprio esquecimento.
MEDICAMENTOS
Uma das alternativas para ampliar a adesão ao tratamento e, conseqüentemente, para diminuir riscos de fraturas foi o lançamento, no Brasil, de um medicamento com dose única mensal para pacientes com osteoporose. Essa opção aumentou em 47% a adesão dos pacientes.
- A maior permanência é fundamental para a obtenção de bons resultados com os pacientes e, por outro lado, diminuir gastos públicos com as complicações da osteoporose - considera Boris Cruz.
Segundo dados do Sistema Suplementar de Saúde, o gasto anual com internações decorrentes de fraturas por osteoporose chega a R$ 12 milhões.
EXAME
Embora não esteja disponível difusamente na rede pública, o exame que identifica a osteoporose – a densitometria óssea – é barato e de fácil realização. Toda mulher com mais de 65 anos deve se submeter a ele. Devem realizar exames mais cedo pessoas com história familiar de osteoporose, mulheres na pós-menopausa, usuários de medicamentos como anticonvulsivantes e fumantes.
Também é preciso investir na alimentação de qualidade, como fez a aposentada Maria Aparecida Corrêa Perez Vilela. Depois de cinco anos sofrendo com fortes dores nos joelhos, ela procurou um reumatologista. Assim que a osteoporose foi diagnosticada, iniciou o tratamento e nunca mais deixou de tomar os medicamentos necessários. Além da hidroginástica, ela também desenvolveu um cuidado todo especial com a dieta.
- Há quatro anos tomo remédios e passei a me alimentar melhor, caprichando nas quantidades de cálcio. Não é possível regredir a doença, mas, sem dúvidas, minha qualidade de vida aumentou - avalia.