Valéria Esteves
Repórter
valeria@onorte.net
A polícia militar vai abrir sindicância para apurar os fatos e a família já entrou com uma representação junto ao ministério público requerendo seus direitos com o delegado é Fabiano Barbeiro, do departamento de ações anti-seqüestro de São Paulo. Ele é um dos responsáveis pela ação que prendeu, numa caverna em Indaiabira, próximo a Taiobeiras, o seqüestrador Newton Marques.
Era para ser um passeio normal numa noite de muito calor na cidade, mas, enquanto os menores G.O.S. e M.O.S. brincavam na praça Dr. Carlos, acompanhados de seus pais, o delegado apareceu do nada, correndo atrás das crianças e perguntando cadê a bicicleta? Nesse momento, os menores agarraram-se a pais, em busca de proteção.
A mãe Lourdes Maria Oliveira Carvalho Silva e seu esposo, que prefere não se identificar, moradores do Bairro Roxo Verde, perguntou ao policial o que estava acontecendo, quando ele, já com arma em punho e engatilhada na direção à cabeça das crianças, disse aos berros que faria o que quisesse porque é delegado. O pai dos meninos, que é policial militar, se identificou e pediu que o delegado também o fizesse, o que não aconteceu.
O delegado Fabiano estava acompanhado de mais policiais e estaria na cidade em missão, conforme declaração feita à família pelo delegado de Moc Saulo Nogueira, na manhã de quarta-feira.
A cena aconteceu por volta das 21 horas de terça-feira, 1º, e durou pelo menos 20 minutos, conforme testemunhas. Um policial militar foi à praça tempos depois do acontecido saber mais sobre o caso, quando taxistas disseram que um policial que acompanhava o delegado inflamava a discussão.
Minutos depois a família se encaminhou à delegacia regional de polícia civil para registrar queixa. Foi elaborado boletim de ocorrência e colhidos depoimentos das vítimas.
Lourdes diz ter tomado as medidas cabíveis. Entrou com uma representação no ministério público contra a atitude do delegado e vai entrar ainda com uma ação judicial exigindo indenização por danos morais:
- Espero que a justiça seja feita. A postura do delegado foi totalmente arbitrária. Só porque ele é delegado e estar na cidade em missão não dá a ele o direito de agir com tamanha truculência e irresponsabilidade. Eu e minha família nos sentimos moral, física e psicologicamente prejudicados. Ser chamada de vagabunda e cachorra em plena praça pública não é uma boa experiência.
Para o delegado Saulo, essa postura do policial foi extrema, mas que a abordagem feita em São Paulo é diferente da feita em Montes Claros. E que o fato aconteceu porque o policial estava na captura de um menor que teria roubado o celular de uma senhora na altura da sorveteria Pingüim. Acrescenta que G.O.C.S. estaria vestindo a mesma cor de roupa do menino que o delegado procurava.